A chuva, que começou na tarde de domingo e continuou por todo o dia de ontem (11), no Litoral Norte, causou alagamentos em várias ruas e transtornos aos veranistas. Em Imbé, nas ruas São Miguel e Santa Rosa, havia trechos onde o nível da água era parelho ao cordão da calçada. Um carro caiu num valo da São Miguel, porém, não houve vítimas no acidente. O dono do veículo, Glair de Marchi, 39 anos, disse seu carro aquaplanou e ele perdeu o controle. Marchi pretende apresentar um processo contra a administração municipal pelo ocorrido.
A advogada Altair Chiaradia, 74, veranista de Imbé há cerca de 40 anos, também reclama da situação em cidades do balneário decorrente dos períodos de chuvas. Para ela, nos últimos anos, o cenário apenas piorou. Ontem, a advogada precisava ir ao banco, mas foi obrigada a adiar o compromisso, pois a água já tinha invadido o quintal da sua residência, na rua São Miguel. A veranista considera que a má administração do poder público, com o descaso dos governantes, é que gera os problemas.
O secretário de Obras de Imbé, Nereu Rosner, disse que os alagamentos ocorrem principalmente quando as chuvas são intensas e contínuas, fazendo com que as valas e bocas-de-lobo não dêem vazão a toda água. De acordo com Rosner, a praia de Imbé é muito nivelada e isso prejudica o escoamento. 'Entretanto, no momento em que a chuva cessa, está tudo seco em duas ou três horas', afirma o secretário. Existe também uma comporta na rua São Miguel, responsável pelo escoamento da água da chuva diretamente para o oceano.
Registros de alagamentos são freqüentes em diversas localidades das praias gaúchas. Em Capão da Canoa, houve muitas reclamações de veranistas em virtude dos transtornos causados. Em Cidreira, desde as primeiras horas da manhã, era impossível transitar nas vias públicas devido ao alagamento. As ruas viraram rios com o acúmulo da água, impedindo a passagem dos moradores e veranistas na região.
(Correio do Povo, 12/02/2008)