Qual a disponibilidade de água no Estado do Rio Grande do Sul para daqui uma ou duas décadas? Esta questão está sendo equacionada dentro do escopo do Plano Estadual de Recursos Hídricos. Segundo o engenheiro Sidnei Gusmão Agra, consultor da empresa Ecoplan que está atuando na elaboração deste trabalho juntamente com um grupo multidisciplinar, serão criados dois cenários futuros: um para 2018 e outro para 2026.

Para operacionalizar os cenários, foram levantados todos os setores usuários de água, cruzando-se projeções de crescimento econômico, com base nos Produtos Internos Brutos (PIBs) de municípios, e da população, num trabalho apoiado por economistas. Agra explica que a implementação do Plano Estadual de Recursos Hídricos depende da avaliação dos cenários futuros, que devem apontar elementos para que a sociedade, por meio dos Comitês de Bacias, decidam o que deve ser evitado e o que deve ser potencializado. “São os comitês que irão decidir”, resume. De acordo com ele, foi criada a Comissão Executiva de Articulação e Construção do Plano Estadual de Recursos Hídricos (Ceac), com poder de decisão delegado pelo Conselho Estadual de de Recursos Hídricos.

A expectativa é que os cenários passem por avaliações públicas, através de audiências, a partir de março, e que os resultados dos trabalhos possam ser publicados até maio.

A importância da formação de cenários na área de abastecimento de água é essencial, tendo em vista empreendimentos como os das áreas de silvicultura e biocombustíveis e a ausência de um zoneamento ambiental integrado das diferentes atividades econômicas que demandam expressivo uso de recursos hídricos. Com a definição de previsões, conforme Agra, será possível estruturar a implementação de um sistema de cobrança pelos recursos hídricos em médio prazo, inicialmente na Bacia do Guaíba, que abrange os rios dos Sinos, Gravataí e Jacuí, numa área de 84 mil quilômetros quadrados.

(Por Cláudia Viegas, Ambiente JÁ, 12/02/2008)