O menor réptil voador descoberto no planeta. Assim foi apresentada nesta segunda-feira (11/02), no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, a réplica do fóssil de um pterossauro de 120 milhões de anos, encontrado na província de Liaoning, na China, em 2004. O material foi retirado de rochas do período cetáceo e tem o esqueleto praticamente completo.
A pesquisa que permitiu a descoberta foi feita pelo Instituto de Paleontologia de Pequim, na China, junto com os museus brasileiros de Ciências da Terra e Nacional. Os estudos contaram com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio (Faperj) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O fóssil do pterossauro, que mede cerca de 25 centímetros com as asas abertas, recebeu o nome de Nemicolopterus crypticus. Segundo o paleontólogo Alexander Kellner, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o achado dessa nova espécie, a menor já encontrada, está permitindo a elaboração de uma nova teoria para a evolução dos pterossauros, que cobriram os céus do planeta entre 220 milhões e 65 milhões de anos atrás.
"O fóssil abre um novo capítulo na história evolutiva desse grupo. Os grandes pterossauros, com envergadura de cinco a dez metros e que se alimentavam basicamente de peixes, devem ter sido descendentes de formas pequenas como essa, que viviam nas copas de árvores e se alimentavam de insetos", disse Kellner.
Na comparação com o pterossauro brasileiro Anhanguera piscator, o fóssil chinês é vinte vezes menor. O nome Nemicolopterus crypticus vem do grego, e numa tradução livre significa "o escondido habitante alado da floresta", numa referência ao seu tamanho e ao hábito de se esconder nas copas de árvores.
Devido à constituição óssea do fóssil, com todos os elementos bem formados e ossificados, os pesquisadores concluíram que se trata de um espécime jovem, mas não recém-nascido. Segundo os especialistas, mesmo que o animal chegasse ao dobro do tamanho, continuaria sendo a menor espécie do mundo.
Os pterossauros não eram aves, nem dinossauros. Ambos tiveram um ancestral em comum e cada um seguiu sua própria história evolutiva. A extinção do grupo ocorreu há cerca de 65 milhões de anos, junto com os dinossauros. Por serem animais voadores, seus restos fósseis são muito raros de serem encontrados.
(Por Aline Beckstein, Agência Brasil, 11/02/2008)