Moradores próximos ao local onde será construído o Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos trancaram a BR 392 durante 10 minutos
Mais de 80 moradores de cinco localidades próximas à vila da Quinta realizaram na tarde do último sábado, 9, um protesto contra a construção do Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos (aterro sanitário). Conforme a produtora rural Ivanira Freitas, os moradores temem que o tratamento de lixo naquele local afete a água utilizada pelas famílias que residem próximo ao local, além da fauna e flora, o solo e os banhados 25 e Maçarico. Outra preocupação é com o mau cheiro e a liberação do gás metano, prejudicial à saúde.
A produtora argumenta que o projeto de construção do aterro nunca foi apresentado ou discutido com os moradores e, nos arredores, ninguém concorda com a instalação da Central de Resíduos. "Ainda temos a esperança de reverter essa situação. Concordamos com a construção do aterro, porém não aqui tão próximo de nós. Eles tinham como opção outros quatro lugares, porque logo aqui que temos poços artesianos e um solo produtivo e sem poluição?", questiona a produtora.
A casa do agricultor Cidone Andrades Silva fica a 70 metros do local onde será construído o aterro e o poço de água que abastece a sua residência fica a apenas 15 metros. "Eu estou praticamente dentro do lixão. E mesmo sabendo que eu moro ali, nunca ninguém me consultou sobre a obra", diz.
O protesto teve início na localidade do Sítio Lagoa Azul, localizado a 300 metros do local onde será construído o aterro. E mesmo com a chuva, os moradores seguiram para a BR 392, onde trancaram a rodovia por cerca de 10 minutos, com faixas e pedidos: "Lixo aqui não". Na ocasião, houve um engarrafamento que se estendeu por cerca de 1Km.
Aterro sanitário
As obras de construção do aterro sanitários estão previstas para se iniciar hoje, e serão realizadas pela empresa Rio Grande Ambiental. Conforme o engenheiro responsável pelo projeto da unidade, Eduardo Azambuja, o aterro sanitário será um dos mais modernos no País, e não irá ocasionar qualquer risco à população que reside nas proximidades.
(Por Melina Brum Cezar, Jornal Agora, 11/02/2008)