O Arroio Marrecas, no distrito de Vila Seca, já era apontado como alternativa há tempos. Mas o projeto só começou a ganhar contornos de realidade quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou em agosto de 2007 verba federal do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para Caxias. A maior parte do dinheiro, R$ 130 milhões (sendo R$ 26 milhões de contrapartida da prefeitura), será usada na construção do novo sistema.
Para a obra ser iniciada falta ainda a licença concedida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Um estudo de impacto ambiental realizado pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) foi apresentado no dia 18 de dezembro passado. Ele apontou três alternativas de áreas a serem inundadas, e uma delas foi considerada prioritária por causar menor impacto ao ambiente.
A Fepam já marcou uma audiência pública para o dia 5 de março, no UCS Teatro, onde a comunidade poderá questionar o estudo. Se, depois desse encontro, os técnicos do órgão estadual comprovarem que a alternativa não prejudicará a população e o ambiente, será emitida licença prévia para as obras. Mas como a construção ainda dependerá de licitações, o diretor do Samae, Marcus Vinicius Caberlon, prefere não estipular um prazo para o começo da nova barragem, embora ele acredite que isso deva acontecer no início do segundo semestre. Caberlon estima que a obra demore entre 18 a 24 meses para ser concluída.
A capacidade de reserva do Marrecas é semelhante à do Faxinal, mas sua vazão será um pouco menor. A nova barragem poderá atender a 250 mil habitantes com uma vazão de 950 litros por segundo. Ela garantiria água até que Caxias chegasse a uma população estimada em 700 mil habitantes, o que deverá demorar entre 15 e 20 anos para acontecer. O que quer dizer que já é hora de pensar mais longe. Desde 2005, quando o Samae começou o estudo para a nova barragem, concomitantemente se avaliou também o Rio Piaí. Ele se mostra como a próxima alternativa para a cidade.
(Pioneiro, 11/02/2008)