Embora quem tome decisão sobre as áreas ribeirinhas onde há operações portuárias seja o Estado - e também o governo federal -, a prefeitura de Porto Alegre está sendo chamada a contribuir com sua participação para uma solução sobre a área dos terminais privados no rio Gravataí e seu entorno. A área é urbanisticamente nobre, plana, com acesso pelo rio e por rodovias, poderia abrigar empresas de pequeno, médio e grande porte e, no entanto, está abandonada e começa a ser invadida por populares, o que inviabilizará futuros empreendimentos. A situação também é ruim na questão da segurança. Os trabalhadores nos terminais, que carregam e descarregam 2 milhões de toneladas/ano (quando o porto de Porto Alegre opera com 800 t/ano) têm que ser buscados de ônibus pelas empresas, caso contrário serão assaltados no trajeto. O diretor de um terminal, que pediu para não ser identificado, informou que seus funcionários contaram, em determinado período, a passagem de cinco cadáveres na correnteza do rio.
Uma área II
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários, Wilen Manteli, que está apresentando à governadora Yeda Crusius e à Assembléia Legislativa um projeto para solucionar parte dos problemas do rio Gravataí, principalmente a necessidade de dragagem, diz que ali é o porto de Porto Alegre, por seu movimento, e não onde se considera hoje. Se a prefeitura desse atenção, poderia transformar aquela área numa grande fonte de arrecadação e geração de riqueza e emprego. A prefeitura de Canoas, do outro lado, também deve agir para aproveitar o potencial da região. A solução que está sendo levada às autoridades é a privatização dos serviços necessários ao sistema portuário, com as empresas pagando pela dragagem e pelas obras nas margens do rio.
(JC-RS, 11/02/2008)