Inovação de olho na eficiência é o conceito que a Artecola está buscando para adequar a sua linha de produtos ao ecologicamente correto, mas sem perder a produtividade. Na linha de adesivos, a empresa trabalha na substituição de matérias-primas fornecidas para indústrias brasileiras, como no segmento moveleiro e calçadista.
Os adesivos com base aquosa ou 100% sólida eliminam o uso de solventes orgânicos e contribuem para a redução da emissão dos chamados compostos orgânicos voláteis, diminuindo também a utilização de recursos não-renováveis. Os que possuem base solvente são derivados do petróleo.
Um dos produtos lançados no ano passado dentro desse conceito foi um adesivo desenvolvido para os limpadores de máquinas que fazem a colagem de móveis. Um uso similar é o que ocorre na indústria de calçados, mais precisamente no processo de montagem das palmilhas. "Essa é uma grande tendência e empresas de grande porte já começam a exigir produtos ecologicamente corretos", afirma o diretor-geral da linha de adesivos da Artecola, José Luis Haubrich. Entre os clientes da companhia que seguem essa linha de exigência está a Nike.
A fornecedora também aposta na nanotecnologia, que prevê a análise e geração de novos produtos a partir de partículas muito pequenas, para desenvolver soluções ecoeficientes. Uma parceria com a Universidade de Minas Gerais deverá gerar, ainda esse ano, pelo menos dois produtos para serem aplicados em diferentes segmentos da indústria. A partir dessa tecnologia, a idéia é gerar um pó - que é usado como matéria-prima dos adesivos - com diferenciais importantes. Entre os benefícios para o mercado estão adesivos com melhor performance e capazes de serem aplicados de formas mais específicas. A Artecola também utiliza o conceito de ecoeficiência na linha de couraças e contrafortes RX, que tem possibilitado a diminuição da geração de resíduos no processo de produção calçadista.
No ano passado, 60% dos cerca de US$ 130 milhões de receita líquida da empresa foram provenientes de produtos desenvolvidos dentro do princípio da inovação para a ecoeficiência. A meta é reduzir a geração de resíduos e substituir matérias-primas tradicionais por fontes renováveis.
(Por Patricia Knebel, JC-RS, 11/02/2008)