O secretário-adjunto de Meio Ambiente Cidades, Planejamento e Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul, Márcio Monteiro, afastou temores de que a busca de carvão para as siderúrgicas vá pressionar o Pantanal. "Existe todo um cuidado com relação ao Pantanal e o Estado não fornece autorizações para novos desmatamentos em alguns municípios", afirmou.
Segundo Monteiro, o Estado está licenciando diversas áreas para atender a demanda de Corumbá. "Posso dizer que a área plantada é significativa", afirmou o secretário -que disse, no entanto, não ter dados específicos à mão.
Eike Batista
A empresa MMX, que atua no pólo siderúrgico de Corumbá, afirma que não utiliza carvão de origem irregular ou proveniente do Pantanal, a menos que tenha a concessão dos órgãos ambientais. "A empresa só efetua a compra de carvão vegetal ou outros subprodutos florestais que detenham o DOF (documento de origem florestal, emitido pelo Ibama)", disse em comunicado a MMX, do grupo EBX, do empresário Eike Batista.
No ano passado, a EBX recebeu uma multa de R$ 1 milhão por comprar carvão vegetal de uma empresa que operava ilegalmente. Além disso, por várias vezes, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul tentou barrar as obras da siderúrgica da EBX, que deveria ter sido construída na Bolívia - o grupo foi expulso do país pelo governo Evo Morales. A Rio Tinto, procurada também pela reportagem, limitou-se dizer que vai recorrer ao carvão mineral em suas novas plantas, mas não informou como será feita essa operação.
(Folha Online, 09/02/2008)