O fogo destruiu um galpão, onde funcionava uma central de reciclagem particular, e a residência que ficava nos fundos. Por volta das 19 horas de ontem, o Corpo de Bombeiros de Novo Hamburgo foi acionado para atender a ocorrência. Na hora em que a parte da frente do galpão começou a queimar, um vizinho avisou a moradora Roselaine Cobs, 31 anos, que chamou uma vizinha para ajudar a retirar seus dez filhos da casa. “Só tive tempo de pegar duas mamadeiras e os pequenos. O restante queimou tudo’’, disse Roselaine desolada.
As causas do incêndio no galpão, situado na Rua Jaboti, no bairro São Jorge, ainda serão investigadas pelo Corpo de Bombeiros. O prédio pertencia ao irmão do vereador Ito Luciano (PMDB), Sérgio Luciano da Rosa. O proprietário do imóvel lamentou o prejuízo, contabilizado em cerca de R$ 120 mil. “Apenas em material de reciclagem tinha cerca de R$ 60 mil’’, avaliou. Rosa lamentou a perda, mas ficou contente que ninguém se machucou. “Vão-se os anéis e ficam os dedos. O resto a gente recupera’’, disse o proprietário a Roselaine.
Chorando, ela viu a sua casa se desmanchar nas cinzas. “Perdi roupas, leite, documentos, fraldas e tudo mais’’, disse. Roselaine, que vai ficar na casa da vizinha Marlene Cardoso da Rosa, com cinco filhos e o companheiro João Salles, que estava trabalhando no horário do incêndio. As outra crianças vão ficar com a vó Romilda Cobs até conseguirem reconstruir sua casa. As crianças têm entre cinco meses e 11 anos. A família pede a doação de material de construção, roupas e alimentos que pode ser feita pelos telefones 9176-6256 (Roselaine ou João), 8191-1827 (Marlene) ou 9186-9406 (Romilda).
Fumaça
A fumaça chegou a ser vista do outro lado da cidade. As labaredas foram altas devido à quantidade de lixo para reciclagem no local. De acordo com o sargento José Vanderlei Pionner, o fogo no imóvel, com aproximadamente 800 metros quadrados, demorou cerca de uma hora para ser apagado e foram utilizados seis caminhões auto-tanque. A Rua Jaboti ficou cheia de populares que assistiram ao trabalho dos bombeiros.
Apesar de não haver perícia, o eletricista Levi Alves, 34, contou que três crianças que brincavam na frente do prédio viram faíscas saírem do contador do galpão e chamaram ajuda, mas já era tarde. Rosa não tinha seguro das máquinas – uma prensadeira e duas cortineiras - nem do Santana Quantum que estavam dentro do galpão e foram consumidos pelo fogo. Ele mora no bairro Canudos e foi chamado por vizinhos assim que começou o incêndio.
(Por Graziela Dannenhauer, Jornal NH, 08/02/2008)