"A Terra sem males, essa é a terra boa. Essa á a terra áurea e perfeita". Este trecho de um canto guarani define bem a que veio a campanha levada à frente pelo Movimento pela Vida, Terra e Futuro do Povo Guarani. Uma iniciativa que quer construir uma nova história, que reconheça os valores e os direitos deste povo que, atualmente, somam em quase 300.000 em todo o continente.
Seja no Paraguai, Argentina, Uruguai, Bolívia ou no Brasil, a luta destes povos para permanecer em seus territórios originários é freqüente. Mais ainda: preservar seus costumes e hábitos e o respeito que têm pela natureza continua sendo cada vez mais difícil diante de tantos obstáculos.
De acordo com informações da campanha, sem terras para cultivar e ter de onde tirar seus alimentos, "somente nos anos de 2003 e 2005, o povo guarani viu 183 de suas crianças com menos de cinco anos morrerem por desnutrição - o maior índice entres os povos indígenas no Brasil".
Muitos expostos a vários tipos de violência, o índice de assassinatos também é bem relevante. Entre 2003 e 2007, foram contabilizados 117 assassinatos no estado do Mato Grosso do Sul. "Os assassinatos, em geral, são mortes de lideranças encomendadas por fazendeiros e por conflitos entre os próprios Guarani, que disputam a liderança das comunidades e as pequenas porções de terra onde se encontram", diz o material da campanha.
A campanha já conta com a adesão de organizações como a Comissão de Professores e Lideranças Guarani Kaiowá, e de entidades como a Equipe Nacional de Pastoral Aborígene (Argentina), Coordenação Nacional de Pastoral Indígena (Paraguai), Conselho Indigenista Missionário e Operação Amazônia Nativa (Brasil). Para somar esforços à campanha, o correio eletrônico é solidariedade@campanhaguarani.org.br. Para saber mais sobre a campanha, o sítio pode ser acessado aqui .
(Adital, 07/02/2008)