Falta de água em comunidades da zona rural do município da região Nordeste motivou a medida
O município de Machadinho, na região Nordeste do Estado, está em situação de emergência desde o dia 1º deste mês. O decreto assinado pelo prefeito Valdir João Ventura foi motivado pela falta de água nas comunidades de Coqueiro e Barra Fátima, onde a fonte que abastece 130 famílias não consegue mais atender à demanda. 'O poço está com 40% da sua capacidade e não dá mais conta das necessidades', disse ontem o secretário Municipal da Agricultura, Elias Abrahão Peloso. Ele informou que máquinas trabalham na abertura de novas fontes. Caso a medida não dê resultado, a prefeitura iniciará o transporte de água com um caminhão-pipa de 5 mil litros.
De acordo Elias Peloso, a água está acabando tanto para consumo humano quanto animal. Ele cita que em todo o município são 200 famílias, integradas por 1,1 mil pessoas, que já sofrem com os efeitos da estiagem localizada. O secretário enumera além de Coqueiro e Barra Fátima, as comunidades de Santa Catarina, Tigre, Barro Amarelo, Canudo, Encruzilhada, Canudinho, São Miguel e Três Pontes, onde as fontes também estão secando. De acordo com Peloso, na semana passada choveu 60 milímetros numa outra área do município, mas na região situada às margens do rio Uruguai não há precipitação forte desde outubro do ano passado.
A Secretaria da Agricultura de Machadinmho já constatou quebra de 60% na safra de feijão e 25% na de milho. A soja, na fase de floração, ainda pode se recuperar. Elias Peloso disse que a produção de leite também está sendo afetada. 'Temos 3 mil vacas e produzimos cerca de 11 milhões de litros de leite por ano, mas a qualidade das pastagens está caindo. A redução na produção de leite já é de 25%', relatou. O secretário teme que a falta de chuvas também provoque prejuízos aos 35 aviários do município. Cada unidade abriga entre 15 mil e 17 mil aves. Machadinho está localizado a 85 quilômetros de Erechim e a 11quilômetros da divisa com Santa Catarina. Tem 5,1 mil habitantes, dos quais 50% residem no campo. O orçamento para este ano é de R$ 7 milhões e a economia é baseada no setor primário.
Outras prefeituras da região já levam água a comunidades rurais. Desde janeiro, o socorro é prestado em Maximiliano de Almeida, Paim Filho, Centenário, Viadutos e Marcelino Ramos. Recentemente, o serviço foi ativado em Severiano de Almeida. Açude de Coqueiro está com apenas 50 cm, 1 metro abaixo do nível normal
(Correio do Povo, 08/02/2008)