O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou em Washington, no dia 5 de fevereiro, que apoiará a criação de um Sistema de Vigilância de Saúde Ambiental Amazônico mediante uma doação de um milhão de dólares proveniente de seu Programa de Bens Públicos Regionais. Segundo o BID, os Ministérios de Saúde da Bolívia, do Brasil, da Colômbia, do Equador, da Guiana, do Peru, do Suriname e da Venezuela participarão do projeto e la Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) será o organismo executor.
"Devido à exploração econômica e industrial da região Amazônica, têm aparecido novos riscos para a saúde pública vinculados à contaminação da água potável, do ar e das insuficiências das políticas de eliminação de resíduos sólidos", afirmou Laura Bocalandro, coordenadora do Programa de Bens Públicos Regionais do BID. "Este projeto resultará na adoção de um marco operacional e instrumental de consenso que permita aos reguladores públicos tomar medidas para combater os fatores de risco, facilitando a prevenção, proteção e mitigação da contaminação e dano ambientais que afetam a saúde humana."
A região Amazônica conta com mais de 7 milhões e meio de quilômetros quadrados, cerca de 30 milhões de habitantes e gera 20% da água doce disponível no planeta. No entanto, suas determinantes sociais e de infraestrutura fazem dela uma região vulnerável à contaminação por doenças contagiosas associadas, entre outros problemas, à falta de água potável e saneamento básico escasso ou insuficiente.
Essas situações de risco foram incrementadas recentemente por atividades como o consumo não-sustentável dos recursos naturais. Por exemplo, a implantação de explorações industriais e agrícolas intensivas tem contaminado a água e o ar e gerado um excessivo acúmulo de resíduos sólidos geralmente perigosos por sua composição química ou radiação.
"A devastação, a degradação dos solos e a mudança climática têm gerado novos desafios às agências de saúde pública que são comuns a todos os países da região Amazônica", explica Bocalandro. "Daí seu interesse em buscar respaldo do BID em um projeto que lhes dará novas ferramentas de diagnóstico e análise que permitam melhorar a capacidade de tomar decisões das agências nacionais - principalmente ministérios de saúde e meio ambiente e seus diferentes órgãos - e a coordenação com as agências regionais."
(BID, Amazonia.Org, 07/02/2008)