O comissário de pesquisa europeu, Janez Potonik, lançou uma parceria público-privada, de sete anos, no valor de 1,6 bilhões de euros, com o objetivo de ajudar a indústria da aviação a desenvolver tecnologias ambientalmente corretas. Por meio da iniciativa conjunta, chamada de “Céu Limpo” as indústrias esperam desenvolver tecnologias que reduzam à metade o barulho das aeronaves e cortem em 50% e 80% as emissões de CO2 e NOX respectivamente até 2020.
A parceria é uma tentativa da União Européia de frear a poluição crescente do setor de aviação e faz parte de uma aproximação baseada em três pilares, que apresenta uma proposta para incluir as companhias aéreas no sistema de captura e comércio de carbono (cap-and-trade) da UE. Esta é uma das seis iniciativas do plano de tecnologias conjuntas criado pela Comissão na tentativa de evitar a fragmentação dos esforços de pesquisa e impulsionar investimentos de larga escala e longo prazo em campos estratégicos de pesquisa.
O “Céu Limpo” conta com 54 indústrias, 15 centros de pesquisa e 17 universidades de 16 países. A iniciativa, que será financiada igualmente com recursos da UE por meio de um programa de pesquisa e com fundos de indústrias, focará seis projetos específicos, incluindo a produção de motores mais ecológicos, tecnologias de adaptação de asas para tornar as novas aeronaves mais eficientes energeticamente e desenvolvimento de materiais mais leves.
A UE espera que isso ajude os fabricantes europeus a competir na corrida para construção dos aviões mais limpos do mundo. “A expansão futura da aeronáutica depende da sua capacidade de reduzir o impacto ambiental. Muitos recursos são necessários e nem a UE, nem a indústria ou os cientistas podem alcançar isso sozinhos”, afirma Potonik.
Enquanto defende que a aviação contribui apenas com 2% a 3% do total de emissões de CO2 da Europa, o presidente da Associação de Indústrias Aeroespacial e de Defesa da Europa, Åke Svensson, argumenta: “Nós reconhecemos que esta pegada de carbono é inaceitável”. No entanto, adiciona: “Nós vemos a indústria não como parte do problema, mas sim com a solução”.
O presidente do Comitê Executivo Provisional do Céu Limpo, Marc Ventre, espera que as novas tecnologias sejam testadas e validadas até 2015, permitindo que a nova geração de aeronaves mais silenciosas e menos poluentes entre em operação logo em seguida.
As companhias aéreas receberam bem a iniciativa, mas, ao mesmo tempo, cobram que os governantes da UE foquem mais no terceiro pilar da estratégia para limitar o impacto ambiental da aviação – a criação de um “Céu Europeu Único”. A Associação de Companhias Aéreas Européia dizem que a iniciativa poderia cortar a produção de CO2 em cerca de 12% melhorando as ineficiências operacionais e de estrutura.
(Da Euractiv, traduzido por Sabrina Domingos,
CarbonoBrasil, 06/02/2008)