"Não podemos ignorar o desmatamento de madeireiros que
violam as leis do país e ameaçam tribos indígenas e outros que dependem da
Amazônia", disse o bispo Guilherme Antonio Werlang ao lançar a Campanha da
Fraternidade, que neste ano apresenta o tema "Fraternidade e Defesa da
Vida" e tem como lema "Escolhe, pois a vida".
O governo brasileiro está sob intensa pressão para conter o
desmatamento, e recentemente houve discordâncias entre ministros sobre a real
extensão do problema.
O Ministério do Meio Ambiente diz que a floresta está sendo
destruída num ritmo mais intenso devido ao avanço de agricultores e
pecuaristas, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministério da
Agricultura rejeitam essa tese.
Entre agosto e dezembro, cerca de
De acordo com ambientalistas, a expansão das lavouras de
cana-de-açúcar, matéria-prima do álcool combustível, também estimula o avanço
de produtores rurais na Amazônia.
"Temos de questionar os programas energéticos que
deterioram nossos rios e terras com a construção de ainda mais usinas
hidrelétricas e com a produção agrícola em monocultura", disse Werlang,
membro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Parte da campanha deste ano, em defesa da vida, visa a
despertar a conscientização ambiental.
O governo Lula abriu em dezembro licitação para a construção
de uma usina hidrelétrica de 5 bilhões de dólares no rio Madeira, no oeste da
Amazônia. Uma outra usina está em projeto na mesma área.
A ONG Amigos da Terra estima que o projeto pode atrair até
100 mil colonos para a região, o que ampliaria a pressão sobre a terra e os
recursos naturais.
(Raymond Colitt, Reuters Brasil, 6/02/2008)