Doze mil sacolas de algodão estarão à disposição dos
consumidores em oito hipermercados da capital paranaense, além de panificadoras
e da sede da ACP.
A troca das sacolas de plástico por sacola retornável é mais
uma ação que as entidades ligadas ao varejo ( especialmente a Apras e a ACP)
estão fazendo para contribuir para conscientizar comerciantes e consumidores da
necessidade de se proteger o meio ambiente.
No Paraná, cerca de 80 milhões de sacolas são usadas por mês
pelos consumidores do setor supermercadista.
O “Pedágio Verde” é a primeira etapa de uma campanha que
pretende estimular o uso das sacolas retornáveis e minimizar o uso das sacolas
plásticas e “suas trágicas conseqüências ao meio ambiente”, diz Isabel Kluger
Mendes, coordenadora do Conselho da Mulher Executiva da ACP, que participa do
movimento.
O objetivo da campanha, similar a inúmeras outras em todo o
país, “é conscientizar o consumidor sobre a necessidade de usar alternativas
menos prejudiciais ao meio ambiente para acondicionar e transportar suas
compras. Pretendemos que os comerciantes estimulem essas alternativas, inclusive
aconselhando aos consumidores para trazerem suas sacolas de casa e concedendo
um desconto no valor das compras”, afirma Isabel.
A campanha tem a participação do Sindicato da Indústria de
Panificação e Confeitaria do Estado do Paraná (Sipcep), entre outras entidades.
O Sipcep, que disponibilizará, nas panificadoras, duas mil
sacolas para serem trocadas pelos consumidores, há algum tempo mantém um
projeto-piloto, distribuindo sacolas de algodão em 25 das 870 panificadoras de
Curitiba.
Segundo seu presidente, Joaquim Cancela Gonçalves, o desafio
é mudar o comportamento dos consumidores. “Noventa por cento dos clientes de
panificadoras que usam as sacolas plásticas não precisariam fazê-lo”, afirma,
acrescentando que os panificadores também precisam ser conscientizados da
importância desta mudança de hábito. “Eles são agentes fundamentais para isto”.
Os supermercados já vem há algum tempo mobilizando esforços
para minimizar problemas criados para o meio ambiente.
A Apras durante 2007 participou de diversas reuniões com o
Ministério Público, Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Assembléia
Legislativa.
Nessas, foram discutidas várias alternativas quanto ao uso e
a destinação das sacolas plásticas. Uma das propostas foi a utilização das
sacolas oxi-biodegradáveis. Diversas redes paranaenses arcaram com o aumento de
custo decorrente ao uso da nova tecnologia e adotaram essas sacolas na busca de
uma solução imediata para o problema dos aterros sanitários.
Várias redes já oferecem as sacolas retornáveis e os
supermercados entraram de forma efetiva na campanha do “Pedágio Verde”. “Já
aderimos às sacolas retornáveis e essa campanha vêm para fortalecer ainda mais
a conscientização da sociedade,” conta Everton Muffato, presidente da
Associação Paranaense de Supermercados.
Mais de 40% das sacolas plásticas distribuídas pelos
supermercados no Estado são oxi-biodegradáveis, paralelamente às campanhas para
a adoção das sacolas retornáveis.
Algumas das grandes redes locais aderiram à idéia e oferecem
em suas lojas os dois tipos de sacolas - as retornáveis e as
oxi-biodegradáveis. “Porém necessitamos de ações mais intensas para que o uso
dessas sacolas apresentem efeito benéfico ao meio ambiente. É preciso uma ação
mais específica do serviço público com as coletas seletivas”, diz Muffato,
complementado por Isabel: “o fundamental é também termos a adesão da população.
A participação de um número expressivo de pessoas fará com que campanhas como a
nossa se multipliquem, com bons resultados a curto prazo”.
“Guerra” em todo o mundo -
Em vários países europeus e asiáticos multiplicam-se
campanhas pela diminuição do uso das sacolas plásticas e substituição por
outras, menos agressivas à natureza, confeccionadas com material menos
poluente.
Na China, por exemplo, o uso de sacolas plásticas foi
proibido. Em Bangladesh também. No ano passado, São Francisco foi a primeira
cidade dos EUA a abolir dos supermercados as sacolas que têm petróleo em sua
composição.
No Brasil, os exemplos se multiplicam, desde Joinville,
A decomposição dos sacos plásticos libera gás carbônico e
água. O excesso de gás carbônico é um dos fatores que mais estimulam o efeito
estufa, segundo especialistas.
Uma quantidade considerável das 2,4 toneladas de lixo que
são depositadas em aterros sanitários ou lixões da região metropolitana de
Curitiba é de sacolas plásticas, usadas de forma indevida pela maioria das
pessoas.
Ou elas estão nos lixões em seu processo secular e
prejudicial de decomposição ou em poluindo rios, entupindo bueiros, espalhadas
por logradouros públicos etc. com seus efeitos perniciosos ao ambiente.
(Paranashop, 06/02/2008)