O Grupo Fortuny, da Espanha, tem como meta se posicionar estrategicamente dentro do mercado brasileiro de energia eólica, o qual a companhia julga emergente. Para isso, a empresa planeja investir em torno de US$ 500 milhões em três parques eólicos a serem construídos no Rio Grande do Sul.
Os empreendimentos serão desenvolvidos nos municípios de Jaguarão, Santana do Livramento e Piratini. Os direitos sobre estes projetos foram adquiridos pelo Grupo Fortuny, da também espanhola Gamesa, em dezembro. O custo desta transação não foi divulgado. Juntos, os três parques eólicos terão capacidade para gerar até 223 MW (cerca de 6% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul).
O diretor do Grupo Fortuny Fernando Tamayo destaca que a Fortuny Energia, que conduzirá as obras no Estado, é uma empresa jovem e como tal não tem ainda uma grande experiência no mercado eólico, ainda que seja seu foco estratégico na atualidade. Neste sentido, a empresa conta com outro projeto de 50 MW a ser implementado em Arbolito, no Uruguai, e outros sendo avaliados nos Estados Unidos, Turquia, Bulgária e Romênia.
Tamayo salienta que os profissionais da Fortuny Energia têm experiência prévia em outras empresas da área de energia como a Gamesa e Iberdrola. A companhia ainda busca novas oportunidades de investimentos no Estado quanto a empreendimentos eólicos ou de biomassa (queima de matéria orgânica para gerar energia). A expectativa é de que as obras dos parques eólicos gaúchos iniciem-se em 2010 e o tempo de construção é estimado em oito meses. A venda da energia a ser gerada deve ser efetivada através da disputa em leilões, que são previstos no modelo do setor elétrico nacional.
O preço da comercialização de energia é um dos maiores empecilhos para difundir a geração eólica no País. O coordenador do grupo temático de energia da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Carlos Faria, lembra que, por ser uma energia mais cara do que as convencionais, um dos mecanismos para deixar economicamente viável a geração eólica é o subsídio. Isso já foi feito anteriormente através do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa).
Atualmente, o Ministério de Minas e Energia sinaliza que as fontes alternativas terão que disputar leilões para vender suas gerações. "Mas, a eólica não tem condições de disputar com a biomassa e com as pequenas centrais hidrelétricas, ela será competitiva em um leilão exclusivo para a fonte eólica", argumenta Faria. Outro ponto enfatizado por Faria é que é preciso estipular um preço adequado para atrair o investidor, caso contrário os leilões de energia não contarão com um número muito grande de participantes.
(JC-RS, 07/02/2008
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