Uma imensa área no norte do Oceano Pacífico estaria tomada por uma “sopa de lixo” gigante com tamanho que pode ser duas vezes o do território dos Estados Unidos, afirma uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Independent, informou a BBC Brasil. Segundo a matéria, o imenso depósito de lixo flutuante se estenderia de uma área cerca de 500 milhas náuticas distante da costa da Califórnia, no oeste dos EUA, passaria pelas águas do Havaí, e chegaria quase até o Japão.
De acordo com o jornal britânico, a mancha foi descoberta por acaso pelo oceanógrafo americano Charles Moore, que em 1997, durante uma competição de barco à vela optou por um trajeto diferente para cortar o caminho entre Los Angeles e o Havaí. A área, conhecida como “giro pacífico norte” é um local onde oceano circula lentamente devido aos poucos ventos e aos sistemas de pressão extremamente altos que estariam "segurando o lixo".
Caiaques e sacolas de plástico
O Independent cita uma entrevista de Moore, em que o oceanógrafo relatou ter ficado “surpreso com a quantidade de lixo com a qual se deparava dia após dia durante a viagem”. “Toda vez que eu ia ao deck via lixo boiando. Como nós conseguimos sujar uma área tão enorme?”, indaga Moore. Ele acredita que 100 milhões de toneladas de lixo estejam flutuando na região. Um quinto dos dejetos – que incluem itens como bolas de futebol, caiaques, bolsas de plásticos e destroços de naufrágios – seria jogado de plataformas de petróleo e embarcações que passam pelo local. O resto viria do continente.
O jornal conta que pouco depois de se deparar com a mancha pela primeira vez, Moore, que é “herdeiro de uma família que fez fortuna com a indústria do petróleo", vendeu seu negócio e se tornou um ativista ambiental, criando a Fundação de Pesquisa Marítima Algalita, baseada nos EUA.
Em entrevista ao Independent, o diretor de pesquisa da ONG, Marcus Eriksen, descreveu a aparência da mancha de lixo. “A idéia que as pessoas tinham era que se tratava de uma ilha de lixo plástico sobre a qual se poderia andar. Mas não é bem assim. É quase uma sopa de plastico, uma coisa sem fim que ocupa uma área que pode ser até duas vezes o tamanho dos Estados Unidos”, disse ele ao jornal britânico.
(NH, 07/02/2008)