Lemos disse que a sacola feita com esse material se degrada
mais rapidamente, porém os resíduos não desaparecem.
– Adiciona-se uma certa substância ao plástico que faz com
que, dentro de alguns meses, ele se esfarele. Significa que não se degrada
totalmente. Você substitui um problema por um outro maior, substitui uma
poluição visível por uma outra, que é invisível, mas que é também bastante
danosa ao ecossistema – explicou.
Para o professor, existe "uma certa histeria" com
a questão das sacolas plásticas.
– Essa histeria, eu relaciono com um lobby para venda de um
novo produto que foi colocado no mercado. Na minha opinião, pelo que pude
perceber, não é uma solução adequada – disse.
Apesar das críticas sobre o uso das sacolas plásticas para
acondicionar o lixo das casas, já que a embalagem demora muitos anos para se
decompor, Haroldo Mattos entende que esse hábito ajuda a reduzir a emissão de
gases causadores das mudanças climáticas. Segundo ele, ao se decompor, o
plástico emite gás carbônico e, quanto mais esse processo demorar, menos
emissões ocorrerão.
– A sacola que vai embalando o lixo é bom que fique lá [no
aterro sanitário] por 400 anos, porque o plástico, quando degrada, vai liberar
para a atmosfera os gases do efeito estufa, como o gás carbônico. Se ele não se
degrada, ele está nos ajudando a combater o grande desafio que temos no início
deste século, que é a mudança climática – afirmou.
O professor defendeu ainda que o consumidor pague pela
sacola plástica usada para carregar as compras de supermercado.
ClicRBS/AGÊNCIA BRASIL, 06/02