A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1,6 milhão de pessoas por ano morrem devido aos ambientes intoxicados no interior das residências. O problema atinge especialmente mulheres e crianças, que passam mais horas ao redor de fogões fumacentos. Desse total, 1 milhão são crianças vitimadas pela pneumonia e 600 mil são mulheres que morrem prematuramente devido à obstrução crônica dos pulmões causada por doenças como a bronquite e o enfisema.
Na tentativa de modificar esse panorama, a Fundação Shell se associou à Envirofit International, uma empresa ligada à Universidade Estadual do Colorado (EUA), para introduzir no mercado o primeiro modelo de um fogão que queima madeira de forma mais limpa. Este ano, a equipe planeja começar a distribuir 10 milhões de fogões, especialmente em países como Índia, Quênia, Uganda e até o Brasil.
Metade da população mundial e 80% das residências rurais dos países em desenvolvimento utilizam combustíveis sólidos como madeira, carvão, resíduos de grãos e até estrume para cozinhar. Em muitos casos, as mulheres cozinham ao redor da chama, geralmente com uma panela sobre três grandes pedras e um pedaço de lenha em chamas no meio.
A poluição de ambientes internos, incluindo fumaça e outros produtos de combustão incompleta, como o monóxido de carbono, é um importante fator de risco ambiental. O problema não afeta apenas as populações mais pobres. Muitas famílias com recursos econômicos também cozinham em fogões tradicionais e poluentes ou diretamente sobre o fogo, por opção ou porque vivem em áreas rurais sem eletricidade ou acesso a combustíveis modernos.
(ZERO HORA, 07/02/2008)