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desmatamento da amazônia inpe
2008-02-07

Entre agosto e dezembro de 2007 Mato Grosso teria derrubado ou desmatado 1.218 pontos em 19 municípios, segundo os dados que o Deter disponibilizou ao Inpe para a elaboração da lista suja do desmatamento no Bioma Amazônia.

Marcelândia, com 117 pontos seria o líder em desmatamento entre os municípios mato-grossenses. Em ordem decrescente figuram Querência, com 114, Juara (110), Nova Bandeirantes (101), Nova Ubiratã (81), Brasnorte (74), Confresa (70), Juína (67), Peixoto de Azevedo (60), Gaúcha do Norte (58), Cotriguaçu (52), Paranaíta (51), Vila Rica (48), Nova Maringá (44), Porto dos Gaúchos (40), Colniza (39), Aripuanã (37), Alta Floresta (33) e São Félix do Araguaia (22). A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) anunciou a proibição de novas derrubadas nesses municípios, que foram enquadrados pelo Decreto 6.321 de 21 de dezembro de 2007.

O Decreto 6.321 estabelece que todas as propriedades rurais dos municípios da lista suja terão que se recadastrar junto ao Incra e serem georeferenciadas. O proprietário de gleba desmatada irregularmente será multado e não poderá comercializar a produção dessa área. Também será penalizado e co-responsabilizado quem comprar, transportar, revender ou exportar produtos de áreas embargadas pelo Incra por desmatamento.

No final de janeiro, em Sinop, quando da visita do grupo de ministros para conhecer áreas desmatadas, o governador Blairo Maggi contestou os números do Inpe. Com base em levantamentos conjuntos feitos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Maggi argumentou que 80,53% das áreas de 113 pontos desmatados e listados pelo Deter relativos aos meses de abril a setembro do ano passado, revelaram-se antigas aberturas que não sofreram corte raso naquele período. Tais propriedades se localizam exatamente nos municípios que foram relacionados na lista suja.

Longe dos jornalistas a contestação do governador sobre os números relativos aos meses de abril a setembro de 2007 ganhou o endosso do diretor do Inpe, Gilberto Câmara, revela Maggi. Câmara teria admitido a existência de falhas no levantamento sobre desmatamento na Amazônia naquele período.

A contestação dos dados do Inpe pelo governo de Mato Grosso não se limitará a apresentação de falhas anteriores sobre registros de desmatamento a exemplo do que ocorreu com o período de abril a setembro do ano passado.

Maggi revelou em Sinop que técnicos da Sema farão levantamento in loco nos pontos citados na lista suja e que em aproximadamente dois meses – a contar do final de janeiro – terá documentos em mãos para comprovar que em Mato Grosso ao invés de aumentar, o desmatamento diminuiu.

Mesmo convicto de que não houve aumento de desmatamento Maggi admite que Mato Grosso sofreu um duro golpe com os números do Inpe. “Não há como negar que a imagem (do Estado) foi arranhada”, resume. (EG)

(Diário de Cuiabá, 07/02/2008)


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