Uma onda de tornados varreu o sul dos Estados Unidos na noite de terça-feira e na manhã de ontem. Pelo menos 54 pessoas morreram e 150 ficaram feridas. Os Estados afetados foram Tennessee, com 30 vítimas, Arkansas (13), Kentucky (7), Alabama (4) e Mississippi, onde não foram registradas mortes. Casas e lojas foram destruídas, fábricas incendiadas e estradas bloqueadas por veículos lançados pelos ventos.
O presidente George W. Bush telefonou para os governadores dos Estados atingidos, prometendo atender a pedidos de socorro. "Quero que os moradores desses Estados saibam que o povo americano está ao seu lado", afirmou. Arkansas e Tennessee estavam entre os 24 Estados que votaram nas primárias das eleições presidenciais na Superterça, e candidatos como Hillary Clinton e Mike Huckabee manifestaram condolências.
Cerca de 69 tornados atingiram a região, segundo dados divulgados pelo departamento de alerta de tempestades do Serviço Nacional de Meteorologia (NWS, na sigla em inglês) em Norman, Oklahoma. O mau tempo é resultado de uma frente fria, que pode ter sido causada por La Niña -fenômeno em que o resfriamento do oceano Pacífico altera o clima em várias partes do planeta.
Tornados causam, em média, 70 mortes por ano nos EUA. Mas o número de vítimas deste episódio já se iguala ao da última grande tempestade que fez 50 mortos em Oklahoma e no Texas, em 3 de maio de 1999.
Rota de destruição
No norte de Nashville, capital do Tennessee, um incêndio na estação petrolífera da Columbia Gulf Natural Gas podia ser visto a quilômetros de distância, mas não deixou nenhum ferido. O Estado foi o mais atingido pelo mau tempo, que fez cerca de 140 feridos. Em Jackson, a chegada das tempestades deixou cerca de 20 estudantes presos em dormitórios da Universidade Union.
Na tarde de ontem, as tempestades seguiam em direção leste, e alertas de tornado eram mantidos nos Estados de Geórgia, Alabama e Flórida. Mesmo que tornados não se desenvolvessem na área, meteorologistas previam fortes chuvas e rajadas de ventos para os dias seguintes.
(Folha de São Paulo, 07/02/2008)