Em carta, Ongs do Piauí denunciam desmatamento no estado e manifestam apoio a Marina Silva
desmatamento da amazônia
cerrado
passivos do agronegócio
2008-02-07
Senhora Ministra,
É com indignação que estamos acompanhando a destruição da Amazônia de um modo irresponsável e a repercussão negativa do fato no mundo. Somos uma rede ambiental preocupada com as questões do bioma Cerrado, e assim, queremos afirmar que o desmatamento nesse bioma é tão grave quanto na Amazônia. No Piauí, por exemplo, o desmatamento chegou a um ponto alarmante e sem controle. Aqui se desmata sem nenhuma necessidade plausível.
As mais de 50 Organizações Não Governamentais do Piauí, representadas pela Rede Ambiental do Piauí - REAPI vêm acompanhando o empenho de Vossa Senhoria na defesa do meio ambiente do Brasil, em particular na proteção de nossas florestas frente ao desmatamento que ora acontece. De público, queremos prestar solidariedade a sua conduta enérgica no sentido da proteção dos biomas brasileiros, da vida e da proteção das futuras gerações. O empenho em denunciar os responsáveis pelos danos ambientais e sociais que estão ocorrendo representa um aspecto relevante para que a sociedade tome conhecimento dos verdadeiros responsáveis.
O Piauí é palco de um modelo de desenvolvimento predador e insustentável. Aqui não existe um modelo de gestão que garanta o desenvolvimento sustentável nem políticas públicas com base nos programas governamentais existentes. Nesse Cerrado se desmata desordenadamente para as monoculturas da soja, mamona, eucalipto, carvão e lenha. Não há estudo que comprove o que já está destruído dos biomas piauienses. Todavia é importante salientar que nesses últimos cinco anos a área que foi convertida em monoculturas é bastante representativa e preocupante. Pedimos o apoio do MMA e em particular o seu para que o Piauí não seja visto, daqui a algum tempo, como o Estado onde existe o pior desastre ambiental do País.
(Rede Ambiental do Piauí, Texto Divulgado na Rede Brasileira de Informaçao Ambiental - REBIA, 01/02/2008)