Extinto o incêndio que atingiu juncais secos em áreas do banhado da Estação Ecológica (Esec) do Taim por mais de 100 horas, ainda no sábado foi feito um sobrevôo para avaliação mais exata, com uso de GPS, da área queimada.
Segundo o superintendente do Ibama/RS, Fernando Marques, os dados apurados mostraram que o fogo consumiu 4.760 hectares de vegetação do banhado. 'Imaginávamos que fosse bem maior, pois quarta-feira já tinham sido queimados 3.803 hectares e o fogo ainda continuou até a madrugada de sábado', relatou.
O administrador da Esec/Taim, Amauri Motta, informou que após o Carnaval será feito levantamento na área queimada na tentativa de conseguir dados quantitativos de animais atingidos pelo incêndio.
Motta disse que será difícil obter dados reais, porque a área é muito grande, de difícil acesso e com fundo alagado. Assim, muitas carcaças podem ter ficado submersas.
Ninhos de aves também não é possível verificar, pois são consumidos pelas chamas. No levantamento também serão verificadas as áreas que ficaram preservadas e registrados alguns pontos para acompanhamento do processo de recuperação do banhado.
O incêndio teve início às 17h30min de segunda-feira (28/01). Na manhã de sábado (02/02), um avião Hércules da FAB ainda fez o resfriamento da área, com lançamento de água. Por volta do meio-dia, as equipes foram desmobilizadas. Motta explica que o banhado ocupa 60% do território da unidade de conservação, que é de 33.815 hectares. Assim, foi possível preservar uma boa parcela que assegura condições de vida às espécies. O ecossistema é rápido em termos de recuperação da vegetação.
(Por Carmem Ziebell, Correio do Povo, 04/02/2008)