As atrações de Itaipu são tantas e tão variadas, mas sempre impressionantes. O vertedouro, por exemplo, é o que causa maior impacto. Ele serve para escoar a água em excesso que chega ao reservatório durante o período de chuvas. Observar o vertedouro em atividade, entre os meses de dezembro e fevereiro, quando as comportas de aço são abertas durante o período de chuvas, é um belo programa. A abertura do vertedouro não atende a um cronograma pré-determinado. Está diretamente ligada ao nível do lago. Quem tem a sorte de acompanhar o escoamento da água pelas três calhas assiste um espetáculo inesquecível. A vazão do vertedouro de Itaipu é equivalente a 40 cataratas do Iguaçu. Esse dilúvio despenca de um tobogã de 30 metros para formar um regurgito de 10 metros e, finalmente, voltar ao leito rochoso do rio Paraná, a 40 metros de profundidade.
Outra atração imperdível é o Ecomuseu, que conserva a história de Itaipu, que chegou a empregar 40 mil pessoas no auge da sua construção nos anos 70 do século passado. Ali, o visitante percorre um circuito dividido em módulos que apresentam desde a ocupação da região da usina na margem brasileira até os projetos de conservação ambiental da Itaipu. Dentro desse roteiro estão atrações como os espaços temáticos de água e energia, onde as crianças e adultos participam de oficinas. Há também uma réplica do eixo de uma turbina em atividade, com direito aos ruídos característicos do coração da usina. Um painel de fotos 3 por 4 homenageia as milhares de pessoas que trabalharam na construção da hidrelétrica.
O Ecomuseu atingiu no domingo, dia 27 de janeiro deste ano, 1 milhão de visitantes. Uma unidade de proteção ambiental criada e mantida por Itaipu na margem paraguaia e aberta à visitação turística é o Refúgio Tati Yupi, com 2.245 hectares de bosques naturais e cascatas, como o Salto Kañinmy, e nascentes de águas cristalinas. Caminhos interpretativos levam os visitantes do Refugio Tatí Yupí a este ecossistema de fauna rica e flora variada.
As trilhas podem ser percorridas pelos turistas em bicicletas, charretes ou a cavalo. Guias acompanham os visitantes, que encontram uma infra-estrutura completa, com área de acampamento, alojamento para grupos, água potável, luz, sanitários, quadras de esporte e enfermaria.
Há outro museu na área de Itaipu. O Museu da Terra Guarani resgata os 10 mil anos de ocupação e cultura guarani na margem paraguaia da hidrelétrica. Conhecer a milenar cultura guarani, rica em diversidade e ainda viva na margem paraguaia da Itaipu, ilustra os 10 mil anos de história dos povos indígenas da região. Ao longo dos séculos, estas populações mantiveram suas raízes, inclusive o idioma, o guarani, língua oficial do Paraguai. O acervo inclui um interessante arquivo audiovisual em que os indígenas falam de sua visão de mundo.
(Por Eugenio Bortolon, Correio do Povo, 04/02/2008)