Ninguém entra de graça no Parque Nacional de Iguaçu (PNI). Mesmo convidados especiais têm que passar pelo controle da empresa privada que administra o local e do órgão público responsável pela área. Só por isso não se pode afirmar que Iguaçu é um sucesso do turismo brasileiro, mas reforça que o PNI é um acerto concreto da parceria público-privada.
O parque recebeu 1.055.433 visitantes em 2007, originários de 149 países, só perdendo para o total de 1.084.239 de 2005, maior recorde de todos os tempos, o que mostra a importância da área para o turismo nacional.
Em função dessa união de forças, a área de 185 mil hectares no lado brasileiro – outros 55 mil hectares estão na Argentina – é exemplo de atendimento qualificado, coisa de primeiro mundo, limpeza irretocável e preservação ambiental. Ali estão 2,7 mil metros de cataratas, com cerca de 300 quedas, o que lhe garante o título de maior do mundo em extensão.
Em constante revitalização, o Iguaçu garante qualidade, conforto e segurança na visitação, além de oferecer educação ambiental. E o que é principal: é auto-suficiente financeiramente. A empresa privada dá lucros e faz investimentos permanentes no parque. E a empresa pública ganha recursos – recebeu R$ 11 milhões do arrecadado em 2007 –, o que garantiu as suas ações na área e aplicações em 61 outros parques nacionais. A Cataratas e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade são responsáveis pela implantação da nova estrutura de visitação do Parque do Iguaçu.
A empresa privada foi constituída no dia 18 de janeiro de 1999, com o desafio de implantar, operacionalizar, administrar e manter maior fluxo de turistas no PNI, ofertando estruturas mais adequadas e, ao mesmo tempo, preservando o local. A Cataratas do Iguaçu detém a concessão para aproveitamento econômico, por um período de 15 anos, administrando espaços como o Centro de Visitantes, o Porto Canoas, o sistema de transporte ecológico dentro do parque, lojas e áreas de lazer.
O Centro de Visitantes é o local de embarque e desembarque dos turistas. Está localizado ao lado do portão de entrada, num terreno de 108 mil metros quadrados. No local estão disponíveis diversos serviços, como informações sobre o parque, bilheteria, telefones públicos, sanitários, posto bancário e de correio, além de fraldário, lojas de lembranças. Há ainda no complexo o estacionamento com capacidade para abrigar 676 carros, 174 ônibus e 20 vans.
O turista pode deixar seu automóvel no estacionamento e utilizar o sistema de transporte oferecido pela concessionária Cataratas S/A para se deslocar dentro da reserva. O Porto Canoas é um amplo espaço para descanso e contemplação, que oferece também pratos típicos da culinária regional brasileira.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, a nova autarquia federal responsável por executar as ações da política nacional de unidades de conservação da natureza, foi criado por medida provisória (MP) em abril de 2007. A autarquia é responsável pelas políticas relativas ao uso sustentável dos recursos naturais. Antes do instituto, quem participava da gestão do parque era o Ibama.
Com a nova estrutura de visitação e incremento de atrativos, a Cataratas espera aumento de 15% em 2008. A média de permanência no interior do parque também está aumentando. Antes o turismo ali era apenas contemplativo e cada visitante permanecia cerca de duas horas na área. Com a atual estrutura, confortável e segura, e a série de novas opções de lazer e aventura, é possível elaborar um roteiro de passeio de até três dias. Opinião espontânea manifestada pelos visitantes do parque revela que o grau de satisfação em relação à nova estrutura e serviços, entre excelente e bom, é superior a 90%.
(Por Eugenio Bortolon, Correio do Povo, 03/02/2008)