Produto usado na ação pode ter contaminado a produção, deixando-a imprópria para consumo
No último domingo, o apicultor Aldo Machado dos Santos teve uma baixa considerável na sua produção de mel. Ladrões furtaram o produto de 106 caixas de abelhas de sua propriedade, em São Gabriel. Além do prejuízo de aproximadamente R$ 30 mil, o que anda preocupando o produtor é a forma como os bandidos agiram. Eles envenenaram as abelhas para, depois, com os insetos mortos, efetuar o furto.
- Não sei se o mel também não foi contaminado. Daqui a pouco, vai ter gente consumindo mel impróprio - alerta Santos.
Segundo o apicultor, esta não é a primeira vez que ele é alvo de ladrões. Porém, nunca havia visto o modo como o furto foi realizado. Além do prejuízo com o mel, Santos ainda não sabe se poderá reutilizar as caixas, pois elas também podem estar contaminadas com o veneno usado para matar as abelhas. Por isso, o produtor vai tomar medidas em busca de explicações.
- Estou congelando parte do material (abelhas mortas) para mandar a um laboratório em Porto Alegre. Lá, eles vão poder descobrir que tipo de veneno é esse - diz o produtor.
Pela maneira como os bandidos deixaram as caixas de abelhas - praticamente destruídas - , Santos acredita que o ladrão não tenha conhecimento sobre apiários. Ele conta que, em outros casos, quem furtou mel de sua propriedade conhecia a produção, pois conseguiu levar as caixas inteiras, inclusive com as abelhas.
- É alguém que não conhece a produção, que tem medo de abelha - afirma o produtor.
Para evitar que o consumidor compre mel supostamente contaminado, Santos manda um alerta. Ele pede que, quem for comprar o produto, procure saber a sua procedência, ou se ele passou por algum tipo de inspeção antes de ser vendido.
- O melhor é evitar comprar mel de estranhos. Quem comprar, compre de conhecidos ou por indicação - informa o apicultor
(Por Ricardo Ceratti, Diário de Santa Maria, 01/02/2008)