Projeto elevará de 27% para 80% o índice de tratamento de dejetos

Nos primeiros dois meses das obras de saneamento do Programa Integrado Socioambiental (Pisa), o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) da Capital já instalou 16 quilômetros de tubulação de coleta de esgoto nos bairros Restinga e Ponta Grossa.

Os trabalhos se iniciaram em dezembro e estão previstos para estar concluídos até o final de 2012. Além de 160 quilômetros de rede de esgoto, o projeto inclui mais 17 quilômetros de tubulação, para levar os resíduos da foz do Arroio Dilúvio até uma estação de tratamento a ser construída no bairro Serraria, e duas estações de bombeamento.

O valor total das obras de saneamento deve chegar a R$ 206 milhões, dinheiro tomado pela prefeitura junto à Caixa Econômica Federal. Somando isso com R$ 35 milhões investidos em outro programa - o Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) Sarandi, na Zona Norte, cujas obras ainda não iniciaram - , o município pretende ampliar sua capacidade de tratamento de esgotos dos atuais 27% para 80% em 2012.

Com isso, Porto Alegre superaria com antecipação a meta da Organização das Nações Unidas (ONU), que elegeu 2008 como o ano internacional do saneamento. De acordo com o diretor-geral do DMAE, Flávio Presser, seguindo a recomendação da ONU, a Capital deveria atingir 64% de capacidade de tratamento até 2015. Ela afirma que, com os recursos garantidos, a possibilidade de não dar seguimento às obras é remota.

- As obras nem podem parar. Meio cano não leva a lugar algum, a rede tem de estar completa para funcionar - explica Presser.

A expectativa do DMAE é de que, com os investimentos feitos, a balneabilidade do Guaíba seja recuperada, no prazo de 15 anos, a partir de Ipanema em direção ao Sul. Além disso e dos benefícios à saúde da população, o tratamento do esgoto deve resultar na captação de uma água mais limpa, o que demandará menos investimentos do município para transformá-la em potável.

Atualmente, cinco equipes trabalham na construção de redes incluídas no Pisa, na Restinga e na onta Grossa.

Com relação às obras do SES Sarandi, que o DMAE planeja iniciar em fevereiro, as primeiras comunidades a serem atendidas devem ser as das vilas Nova Brasília, Asa Branca e União, além dos moradores do Loteamento do Bosque. O programa com foco na Zona Norte da Capital prevê a instalação de 80 quilômetros de redes de esgoto, uma estação de tratamento e duas de bombeamento.

(Zero Hora, 01/02/2008)