O Governo chinês prevê que o IPC subirá 6,5% em janeiro, igualando o recorde de dezembro, pelo impacto "catastrófico" que tiveram as nevascas em quase todo o país, informou o Escritório do Grupo para o Desenvolvimento Rural. O diretor do Escritório, Chen Xiwen, explicou que "as tempestades tiveram um impacto severo na produção agrícola e as conseqüências nas verduras e hortaliças frescas foram catastróficas em algumas regiões" do sul, centro e oeste.
"Mas levando em conta que a maioria de campos de grão se encontra no norte, o fornecimento de cereal, carne de porco e óleo de cozinha permanece intacto", afirmou Chen, que reconheceu que os cultivos da zona do rio Yang Tsé foram "gravemente afetados". Os dados oficiais do Birô Nacional de Estatísticas indicam que o IPC da China subiu 4,8% em 2007 - empurrado pela alimentação (12,3%), especialmente a carne de porco, que subiu 50% -, muito acima do objetivo fixado pelo Governo de 3%.
Em setembro, outubro e dezembro o IPC alcançou o nível recorde em onze anos, com 6,5%. Há poucos dias, a China anunciou mais medidas para estabilizar a inflação, entre elas o congelamento dos preços da gasolina, do gás natural, da eletricidade, da água, da calefação e do transporte público. A inflação gera o temor da instabilidade social no Governo, que lembra que a forte alta de preços nos anos 80 foi um dos fatores que geraram os protestos estudantis da Praça da Paz Celestial um 1989.
(EFE,
Globo, 31/01/2008)