O gerente de Planejamento da Produção de Gás de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, Mauro da Silva SantAnna, disse que a oferta de gás natural nacional da estatal em 2008 para o mercado brasileiro deve alcançar 45,7 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d). Se confirmado, esse volume representa um incremento de 21 milhões de m³/d sobre a oferta de 24,7 milhões de m³/d verificada em 2007 pela companhia.
Segundo o executivo, o aumento da oferta de gás para distribuidoras e termelétricas decorre da entrada em operação de diversos projetos na área de E&P da companhia. Muitos deles integram o Plano de Antecipação da Produção de Gás (Plangás), que até o final deste ano ampliará a oferta do insumo no Sudeste em 24 milhões de m³/d (de 16 milhões de m³/d para 40 milhões de m³/d).
Entre outros projetos de E&P previstos para entrar em operação este ano estão Marlim Sul (P-51), Marlim Leste (P-53), MLL-módulo 2 (Jabuti), Camarupim, Lagosta e Canapu, todos empreendimentos que integram o Plangás. "O Plangás está em implantação acelerada. Os projetos já são realidade", afirmou o executivo, que participou hoje em São Paulo da 4ª Conferência Anual sobre o Mercado de Gás, promovido pelo IIR. Completa a lista o início de comercialização do gás de Urucu (Amazonas), que hoje é reinjetado nos poços enquanto a Petrobras ainda não conclui o gasoduto Coari - Manaus, que transportará o insumo para a capital amazonense.
O executivo contou que a expectativa da Petrobras é que a oferta de gás seja ampliada para 64,1 milhões de m³/d em 2009 e para 71,1 milhões de m³/d em 2010. A partir de então, a disponibilidade de gás nacional seria ligeiramente aumentada para 71,3 milhões de m³/d em 2011, recuando um pouco para 70,8 milhões de m³/d em 2012. "Isso era antes das descobertas do pré-sal. Antes, existia uma decisão de manter esse nível de 70 milhões de m³/d durante 20 anos. Agora, está sendo discutido se esse volume será mantido ou ampliado", revelou.
Desperdício menor
SantAnna revelou que a estatal está desenvolvendo atualmente um plano para reduzir o nível de queima de gás natural em suas operações na área de exploração e produção. Em 2007, o nível de aproveitamento do insumo ficou em 85,5%, o que representou a queima de 5,3 milhões de m³/d. "Nossa meta é alcançar 93%, mas também não estamos satisfeitos com isso", disse o executivo. A meta só deverá ser alcançada em 2015. Para 2008, a expectativa é que o índice de aproveitamento alcance 89,1%. Em 2009, o nível sobe 91,4%.
(A Tarde, 30/01/2008)