Os 430 cães que ficaram órfãos no domingo, depois da morte de Pedro da Rosa Borba, 69 anos, têm agora sete benfeitores
São os voluntários que se uniram para manter viva a obra dele, após a repentina morte por infarto, em Alvorada
Durante os 25 anos dedicados aos animais, Borba foi presidente da Associação Pró-direito dos Animais (Aprocan) e atualmente cuidava sozinho dos cachorros, contando com a ajuda de amigos e doadores.
Há 11 anos, ganhou uma chácara de dois hectares, na localidade de Morro Agudo, em Gravataí, na qual ele mantinha 350 cachorros. Com os cães, geralmente abandonados ou recolhidos da rua após atropelamentos, ele trouxe o caseiro Julio Renato Rocha, 42 anos, outro apaixonado pelos animais.
Com a mulher, Julio cuida de perto dos cães. Por dia, uma tonelada de comida - arroz, massa, carne e ração, a maior parte doada - é gasta. O benfeitor costumava ir ao local duas vezes por semana, já que mantinha em casa outros 80 cachorros.
- Estranhei o jeito dele na semana passada, porque veio aqui todos os dias e me deu conselhos que nunca havia dado. Parece que estava se despedindo - relembra Rocha.
Agora, os amigos que costumavam ajudar na criação dos cachorros estão preocupados com o destino de Lobisomem - um vira-latas - , de Golias - um fila - , os favoritos de Borba, e de seus companheiros.
- Não podemos abandoná-los à própria sorte. Nossa intenção é doar os animais e continuar cuidando daqueles para os quais não conseguirmos um lar. Mas precisamos de muita ajuda - diz o voluntário André Lesnik, de Cachoeirinha, que há um ano apoiava a causa.
(Zero Hora, 31/01/2008)