O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta quarta-feira (30/01), após reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que o aumento das chuvas em janeiro possibilitou a recuperação de bacias hidrográficas, a ponto de permitir a suspensão de algumas medidas preventivas adotadas.
“A tendência é desativar as termelétricas em fevereiro. Se não todas, pelo menos uma parte significativa delas”, disse Lobão.
Segundo ele, as chuvas no mês de janeiro atingiram 292 milímetros na Bacia do Rio São Francisco, enquanto a média histórica do período é de 282 milímetros. Na Bacia do Rio Grande, a precipitação foi de 301 milímetros contra a média de 267. No Rio Paranaíba, o volume de chuvas subiu de 282 milímetros para 297 milímetros.
Nas regiões das Bacias do Rio Tietê e Iguaçu também houve precipitações acima da média. “Isso vai nos dar uma tranquilidade maior, mas nunca trabalhamos com hipótese de racionamento ou apagão”, afirmou o ministro.
O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, informou que será definido um nível meta para os reservatórios ao final de cada ano, o que pode demandar a permanência de algumas térmicas em funcionamento.
“A idéia é ter nível suficiente para enfrentar uma eventual escassez no ano seguinte. Quanto mais segurança a gente quiser, temos a possibilidade de gerar térmica”, disse Chipp.
Os últimos dados do ONS indicam que os reservatórios das Regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste seguem em ritmo de recuperação de volume útil, com respectivamente, 49,32% e 29,28%.
O acionamento das termelétricas foi anunciado há duas semanas pelo então ministro interino Nelson Hubner. Na ocasião, ele afirmou que as chuvas daqueles dias não davam segurança de que seriam suficientes para elevar o nível dos reservatórios. "Mesmo a meteorologia apontando para uma melhora significativa, nós manteremos a operação do maior número possível de termelétricas".
Ampliada para acréscimo de informação sobre o ex-ministro e sobre o Operados Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
(Por Marco Antônio Soalheiro, Agência Brasil, 30/01/2008)