Financiamento no valor de R$ 1,97 milhão, aprovado nesta quarta-feira (30/01) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), permitirá a construção de um centro de referência em tecnologias para o setor sucroalcooleiro, a ser construído pela empresa Vale do Ivaí Açúcar e Álcool no município de São Pedro do Ivaí, no Paraná.
Segundo informação da assessoria de imprensa do BNDES, as usinas de álcool serão beneficiadas pelas pesquisas, porque o microorganismo selecionado para os estudos, o Sacharomysees Cerevisaes, é encontrado na levedura que produz o bioetanol a partir da sacarose.
O diretor de produção da Vale do Ivaí, José Luiz Bernardes, informou à Agência Brasil que o centro dará apoio a cerca de 50 usinas que fornecem à empresa a levedura excedente da produção de álcool. E que a expectativa é estender os resultados a todo o mercado brasileiro e não apenas ao Paraná. As melhorias, acrescentou, poderão ser observadas inclusive no balanço energético das usinas.
O empréstimo será concedido no âmbito da linha de financiamento Inovação Produção, criada pelo BNDES em 2005, que permite financiar até 100% do valor integral do projeto. Nos últimos dois anos, a instituição liberou R$ 117 milhões para projetos inovadores. No da Vale do Ivaí, a participação é de 79% do investimento total.
O assessor técnico da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Ricardo Severo, comemorou a construção de mais um centro tecnológico no país, ao lembrar que a tecnologia do setor sucroalcooleiro sempre foi desenvolvida pela iniciativa privada. Citou como exemplo o Centro de Tecnologia Canavieira de Piracicaba (SP).
E ressaltou que as usinas brasileiras são referência em eficiência e produção de energia no mundo: "Por isso é preciso investir sempre em novas tecnologias, porque além de podermos ser vendedores de tecnologia, vamos sofrer também algumas concorrências."
A levedura é um produto obtido a partir da cana-de-açúcar e constitui um excedente da produção de álcool. Atualmente, apenas 10% do potencial de produção da levedura são utilizados no país – o restante é desperdiçado. A obra de construção do centro de referência deverá ficar pronta em oito meses.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 30/01/2008)