Uma missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) revista hoje pela primeira vez o interior dos reatores da usina nuclear japonesa danificada em julho do ano passado por um forte terremoto, informou a agência local "Kyodo". A equipe de doze especialistas, dirigida por Philippe Jamet, revisará as condições geológicas do subsolo do complexo e o interior dos reatores usando uma câmera, algo que não puderam fazer em sua visita de agosto passado.
"Vamos poder ver partes dos reatores que não pudemos ver antes", disse à "Kyodo" um porta-voz da AIEA. O porta-voz, que não quis ser identificado, disse ainda que nesta ocasião ocorreria uma "inspeção visual", o que "é o mais importante". A usina de Kashiwazaki-Kariwa, situada na província de Niigata (centro do Japão), uma zona de risco sísmico, conta com sete reatores e é a maior do mundo em capacidade de produção.
Após a visita de outra delegação à central em agosto, a AIEA determinou que ela devia permanecer fechada por vários meses, mas concluiu depois que os danos eram "menores do que o estimado", apesar do terremoto de 16 de julho ter excedido "de forma significativa" o nível de atividade sísmica para o qual foi projetada. O terremoto, de 6,8 graus na escala aberta de Richter, provocou fugas de vertidos tóxicos da usina, entre elas 1,2 metro cúbico de água radioativa que foram para o Mar do Japão (mar do Leste).
Após o acidente, a companhia elétrica operadora da usina (TEPCO) reconheceu 63 falhas de funcionamento na central, mas nenhum dano de gravidade, e assegurou que a fuga radioativa foi muito baixa e não representou uma ameaça para os moradores da região ou ao meio ambiente.
(Efe,
UOL, 31/01/2008)