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2008-01-30

Crianças e adultos sobrevivem graças à venda do artesanato que produzem e doações
 
Albatroz - Há cerca de duas décadas os índios caingangues de Nonoai vêm para o litoral no verão a fim de garantir um lucro extra para voltar à cidade. Este ano eles podem ser vistos na RS-786, próximo ao balneário de Albatroz. Do outro lado da estrada, cerca de 500 metros adiante, ficam os também caingangues de Iraí. A história destas famílias - que inclui mais um grupo de Nonoai em Torres - se confunde. Normalmente a trajetória passa de uma geração para a outra e inclui uma rotina de trabalho intenso, muitas vezes sem garantia de lucro.

A índia Berenice Salvador, 28 anos, era trazida pelos pais e hoje carrega os filhos de 8 e 12 anos. Ela faz parte de uma das 20 famílias que nesta temporada deixaram o cultivo da lavoura em Nonoai e acampam em Albatroz. ‘‘Mesmo com o trabalho intenso, vale a pena vir’’, garante. Contudo, ela confessa que até agora são poucos os motivos para comemorar. Enquanto que em 2007 conseguiu arrecadar alimentos para um mês em Nonoai, 2008 tem se mostrado cerca de 50% mais fraco nas vendas e também em doações. ‘‘No verão passado as tendas que mais vendiam ganhavam cerca de R$ 40,00 por dia. Este ano não passa de R$ 20,00. As primeiras são as que o povo mais chega, mas é preciso que olhem do início ao fim’’, pede.

Para tentar driblar as dificuldades, eles saem em busca dos consumidores durante o final de semana. Nestes dias, Berenice e outros índios, incluindo as crianças, caminham por horas em diversas praias. Mas o sacrifício vale a pena, já que é possível faturar R$ 100,00 no sábado e o mesmo valor no domingo. ‘‘Com este dinheiro aproveitamos para nos manter, comprar comida e produtos para o artesanato.’’ Davi Ribeiro Sales, 8, gosta de ajudar a mãe. ‘‘É bom, mas cansa porque caminhamos muito.’’ Outro membro da tribo e já integrado à rotina é Alisson Isaias, 10. ‘‘Fico feliz quando vendo alguma coisa’’, diz ele.

Como nem sempre as vendas são suficientes para sustentar as famílias, os indígenas recorrem à boa-vontade de moradores e veranistas que doam alimentos, roupas e matéria-prima para produção do artesanato. O poder público também ajuda. Na tribo de Berenice, por exemplo, há água e banheiros ecológicos instalados pelo município. Mas, apesar da eletricidade existente no local, não há instalação. ‘‘Temos que trabalhar de noite’’, explica ela, lembrando que após o carnaval todos voltam a Nonoai. ‘‘As vendas caem ainda mais nesta época.’’

(Por Camila da Rosa Severo, Jornal VS, 29/01/2008)


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