As autoridades paraguaias decretaram alerta epidemiológico, para tentar conter a propagação da dengue, doença que no início do ano passado contaminou mais de 27 mil pessoas no país e causou 17 mortes. Nas últimas horas, o Ministério da Saúde local confirmou que só neste ano já foram registrados 150 casos suspeitos de dengue, 11 considerados positivos após as primeiras análises. O ministro da Saúde paraguaio, Oscar Martínez, salientou o fato, assegurando que esses 11 casos só poderão ser confirmados daqui a 15 dias, quando ficarem prontos os resultados dos testes de laboratório.
O alerta tem como um de seus objetivos prioritários detectar precocemente a aparição de focos ou casos de dengue e adotar as medidas necessárias para evitar a disseminação da doença. O grande temor do ministério é de que as milhares de pessoas que foram infectadas pela dengue no ano passado sejam contaminadas de novo pelo mosquito transmissor, o Aedes aegypti, e possam desenvolver o tipo hemorrágico, considerado o mais perigoso e que pode levar à morte. Além dos casos suspeitos, foi confirmado um caso de um tipo ainda não-identificado da doença, na cidade de Presidente Franco, situada na fronteira com o Brasil.
Dirigentes sindicais denunciaram a falta de rapidez das autoridades para confirmar os casos. O ministro da Saúde disse hoje, em entrevista coletiva, que os casos se concentram, principalmente, em Assunção e Central, no Alto Paraná e e na província de Itapúa. Sobre a região fronteiriça, Martínez pediu às pessoas que retornam de suas férias no Brasil — principal ponto de destino dos turistas paraguaios no verão — que procurem os centros médicos caso apresentem os sintomas clássicos da dengue: febre, náuseas e dores musculares.
O principal objetivo da campanha da pasta é acabar com os reservatórios de águas paradas, nas quais o mosquito se reproduz. Os alvos serão as casas e os terrenos baldios das cidades. Após declarar estado de emergência nacional — em 30 de abril de 2007 —, o governo paraguaio recebeu a colaboração de especialistas do Brasil e de outros países para o tratamento dos casos clínicos e para a campanha de erradicação dos focos criadores do mosquito vetor.
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Diário Catarinense, 30/01/2008)