A vítima de 43 anos tomou a vacina contra a doença no dia 17 de janeiro, em uma unidade de saúde da zona leste
Internada desde sábado, ela respira com o auxílio de aparelhos; em todo o país, 43 pessoas tiveram reação e 19 foram hospitalizadas
Uma mulher de 43 anos está internada em coma no Hospital Geral de São Mateus, zona leste de São Paulo, com suspeita de febre amarela vacinal.
Imunizada no dia 17 de janeiro, em uma Unidade Básica de Saúde da zona leste, ela foi internada no último sábado em estado grave no hospital e respira com a ajuda de aparelhos.
Ao todo, já são 43 os casos de reações adversas à vacina contra a febre amarela no país -em 19 dos quais as vítimas tiveram de ser hospitalizadas.
O número de reações é muito maior do que os registros confirmados da doença. Segundo o Ministério da Saúde, desde dezembro, foram confirmados 19 casos, com dez mortes.
Há suspeita de que um vigia da Universidade Federal de Goiás tenha morrido em razão da imunização indevida, mas o Ministério da Saúde não confirma o caso.
Na semana passada, a Secretaria da Saúde de Goiás estimou que 975 mil pessoas tenham tomado a vacina contra a febre amarela duas vezes. O número é baseado na diferença entre as doses distribuídas da vacina e as pessoas imunizadas.
Levantamentos retrospectivos sobre a vacina mostram mais de 400 efeitos adversos pós-vacinal (EAPV). São listados sintomas como febre alta, vômito, enrijecimento dos músculos, alergia e problemas neurológicos. Segundo os especialistas, quando tomada em seu devido tempo, os efeitos adversos são mínimos.
As dez mortes causadas pela doença desde dezembro superam os números dos últimos anos. Em 2007, foram registradas cinco mortes (excetuada a morte ocorrida no dia 30 de dezembro, mas só confirmada neste mês); em 2006, duas; em 2005 e 2004, três mortes cada.
Só 2003 teve um quadro pior do que o deste ano, até agora: 64 casos de febre amarela silvestre confirmados, com 23 mortes.
(Cláudia Collucci, Folha de São Paulo, 30/01/2008)