Instituto admite erro na apuração de índices de desmatamentoDezenove prefeitos de Mato Grosso vão enviar documento ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) exigindo explicações sobre o erro na apuração dos índices de desmatamento, em outubro de 2007, conforme admitiu o diretor-geral do órgão, Gilberto Câmara. A decisão será anunciada em reunião marcada para quarta-feira, em Cuiabá. Os prefeitos disseram que os municípios foram prejudicados com a repercussão mundial por serem classificados como "os vilões do desmatamento" na Amazônia.
O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), José Aparecido dos Santos, avalia que a imagem "negativa" do Estado poderá inviabilizar negócios com as exportações de produtos agrícolas para países de Europa, Ásia e Estados Unidos.
— Os prefeitos têm que saber se de fato ocorreu todo esse desmatamento em seus municípios para tomarmos providências — disse, informado que a Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fazem uma fiscalização rigorosa para conter os desmatamentos.
A exemplo do governo de Mato Grosso, os prefeitos, cujos municípios aparecem no ranking do Inpe como os que tiveram mais desmatamento entre agosto e dezembro do ano passado, contestam os números.
— Estamos nos sentindo injustiçados por essa medida — lamenta a prefeita de Alta Floresta, Maria Izaura Dias Alfonso.
Em Marcelândia, município que foi apontada como o que mais desmatou nos últimos cinco meses de 2007, o prefeito Adalberto Navair Diamante admite que houve queimadas descontroladas, e não desmatamentos:
— Vamos fazer um levantamento detalhado da situação do município em parceria com organizações não-governamentais e institutos.
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Diário Catarinense, 28/01/2008)