A Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do Amazonas inicia esta semana uma pesquisa para identificar áreas de risco para a população de Manaus quanto às possibilidades de contrair a dengue. O estudo também servirá para a definição de ações para o controle e a prevenção da doença.
O 1º Inquérito Sorológico da Dengue também fará coleta de sangue e a aplicação de questionários em 1.391 pessoas residentes na área urbana da cidade. Todas as faixas etárias, a partir de um ano de idade, serão avaliadas.
De acordo o diretor presidente da FVS no Amazonas, Evandro Melo, o estudo também vai contemplar o teste para o vírus da febre amarela, apesar das garantias da instituição sobre a ausência de riscos de epidemia da doença na capital amazonense.
Ele informou que a coleta de sangue será feita por meio de uma nova técnica - método Elisa em papel filtro, até então não realizada no estado - pela qual se pretende otimizar as condições existentes na região para diagnóstico desse tipo de doença.
De acordo com Evandro Melo, bioquímicos da fundação serão capacitados para implantar a realização desse tipo de exame no Laboratório Central do Amazonas (Lacen) e estendê-lo aos municípios do interior. O exame será feito para os quatro sorotipos do vírus, embora no Brasil circulem apenas os tipos 1, 2 e 3.
"Nós estamos implantando uma nova técnica de sorotipagem. Com apenas uma furada no dedo e a impressão desse material em papel especial, o método exclui as grandes logísticas para coleta, preservação e envio exigidos com as amostras tradicionais. Do interior, essas amostras poderão ser enviadas até nós por meio de carta, para realizarmos os devidos testes. Os testes valem para os diversos sorotipos da dengue porque queremos subsidiar as ações de controle de acordo com os riscos existentes", ressaltou.
A decisão de realizar o estudo somente em Manaus se deve à concentração de 99% dos casos registrados na capital.
"Com esse estudo, vamos saber concretamente quanto da nossa população já tem ou teve contato com os sorotipos da dengue, quantos já produziram anticorpos para esses sorotipos e qual o tamanho da população que ainda não teve contato e precisa ser protegida. O objetivo é saber, por bairro, quais os potenciais de risco que estão sujeitas essas populações", disse Melo.
Os resultados do 1º Inquérito Sorológico da Dengue devem ser apresentados no final de março.
(Por Amanda Mota,
Agência Brasil, 29/01/2008)