Medo é que ações de prevenção e controle do desmatamento inviabilizem a atividade econômica nas cidadesAs medidas anunciadas pelo governo para conter o desmatamento na Amazônia estão causando apreensão entre produtores rurais e prefeitos de 19 municípios de Mato Grosso (MT) que integram a "lista suja" do Ministério do Meio Ambiente.
Entidades como a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), sindicatos rurais e indústrias madeireiras temem uma estagnação econômica em 31 mil propriedades, como ocorreu em 2005 após Operação Curupira, que mandou para a cadeia empresários e servidores públicos acusados de corrupção.
Juntos, esses municípios são responsáveis por 20% da produção pecuária do Estado e 11% da produção de soja, segundo a Famato. A partir de terça-feira, produtores rurais e prefeitos estarão em Brasília para discutir com o governo os dados apresentados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) na semana passada.
Eles temem que as ações de prevenção e controle do desmatamento, anunciadas pelo Ministério do Meio Ambiente, inviabilizem a atividade econômica nos municípios. Em nota, a Famato informou que os instrumentos para controle do meio ambiente são legítimos, mas lembra que os produtores rurais estão buscando se adequar à legislação brasileira.
A entidade critica a ausência do Estado para administrar as questões ambientais. "Os produtores rurais do Estado de Mato Grosso têm demonstrado formalmente o desejo de adequarem suas propriedades às exigências da complexa legislação brasileira.", diz a nota.
O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, José Aparecido dos Santos, discorda dos números do desmatamento apresentados pelo Inpe.
— Os prefeitos têm que saber se de fato ocorreu todo esse desmatamento em seus municípios para tomarmos providências — disse ele, informado que os prefeitos vão se reunir na quarta-feira em Cuiabá para debater o assunto.
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Diário Catarinense, 28/01/2008)