Um relatório da ONG The Climate Group, divulgado semana passada, inclui o estado de São Paulo em um estudo de caso que mostra como regiões dos seis continentes estão progredindo para diminuir as emissões de gases do efeito estufa. O documento dá exemplos de várias atividades realizadas para combater as mudanças climáticas, incluindo medidas regulatórias, fiscais e de mercado por praticamente todo o setor industrial. “Muitas destas medidas não trarão apenas benefícios ambientais, mas também financeiros, tanto para o consumidor individual e qunato para a economia como um todo”, afirma o CEO do The Climate Group, Steve Howard.
Uma das observações da ONG durante a realização dos estudos foi que os estados vizinhos começaram a colaborar, ampliando as reduções de emissões que podem ser alcançadas. “Apesar de as chaves para políticas e estratégias poderem variar de região para região (por exemplo, melhorar a qualidade do ar, atacar a falta de energia ou limitar os impactos das mudanças climáticas), eu estou confiante de que o resultado das boas práticas irá inspirar e se espalhar para outras ações estaduais, regionais, nacionais e internacionais”, disse Howard na introdução do documento.
O relatório cita como políticas chaves do estado o Programa de Mudanças Climáticas de São Paulo (Proclima), de 1995; a colaboração com o governo federal na preparação do inventário nacional de emissões e iniciativas para chamar a atenção do público através da promoção de seminários e conferências. Apesar de não possuir metas de redução, o documento diz que o principal progresso de São Paulo é o desenvolvimento de um inventário de emissões de metano e dos transportes.
O projeto de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) desenvolvido no aterro sanitário de Caieiras ganhou destaque na análise, que ressalta que o Brasil está em terceiro lugar em número de projetos aprovados pelas Nações Unidas.
Com a capacidade de reduzir mais de 20 milhões de toneladas de CO2 equivalente nos 19 anos previsto para funcionar, o projeto da usina de biogás de Caieiras destinará 2% dos fundos que receberá com a venda dos créditos de carbono para atividades que irão beneficiar a comunidade local.
A pegada de carbono do estado de São Paulo, excluindo as atividades de uso e mudança do uso do solo, era de 83 milhões de toneladas de CO2 em 2003.
Além do estado de São Paulo, foram analisados Califórnia (EUA), Distrito Federal do México (México), Quebec (província do Canadá), Iniciativa Regional de Gases do Efeito estufa (sete estados do nordeste e meio-atlântico dos EUA), Escócia (país integrante do Reino Unido), Rhine do Norte – Westphalia (Alemanha), Western Cape (África do Sul), Maharashtra (Índia), Guangdong (China), Tóquio (Região metropolitana da capital do Japão) e Victória (Austrália).
(Por Paula Scheidt, CarbonoBrasil, 27/01/2008)