Projeto será custeado por banco, por termo de cooperação com a prefeitura
Placas coloridas indicarão áreas verdes, culturais e esportivas, além dos nomes das árvores; implantação ocorre a partir de fevereiro
Uma boa nova para quem se perde no parque Ibirapuera, fica irritado com as placas apagadas ou tem interesse em saber o nome e a origem das árvores na área verde mais freqüentada de São Paulo: o lugar vai ganhar 1.232 novas placas de sinalização a partir de fevereiro.
O objetivo é facilitar a orientação do visitante -que hoje praticamente não conta com sinalização para se localizar. A implantação será custeada pelo Banco Real, por termo de cooperação com a prefeitura. O banco demonstrou interesse no projeto em 2006, quando foi publicado no "Diário Oficial" da cidade sua proposta.
Segundo a administração municipal, como mais ninguém se interessou, o Real pôde tocar o projeto. A empresa poderá colocar seu logo em 62 placas (5% do total).
Lúcio Di Domenico, superintendente executivo banco Real, não quis divulgar o valor gasto com as placas. Ele ressalta que só serão usadas madeira certificada e tintas a base de água, para não prejudicar o ambiente. A secretaria diz que faz exigências quanto ao tipo de material e a qualidade do produto, mas que o gasto é responsabilidade da empresa.
Diferentes cores
Haverá diferenciações por cor: verde corresponde às áreas verdes, azul às culturais e laranja às esportivas e de lazer. Como o Ibirapuera é tombado, as mudanças na sinalização tiveram de passar por três órgãos do patrimônio histórico: Conpresp (municipal), Condephaat (estadual) e Iphan (nacional).
Segundo Helena Magozo, assessora especial da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, 561 placas serão colocadas em árvores -constarão nome popular e científico, família e origem. O parque tem 15 mil árvores, poucas com identificação. Uma delas, a Guatambu, está com placa enferrujada.
De acordo com Magozo, além de orientação de percurso e identificação de prédios e espaços, haverá também cerca de 50 "placas cidadãs" -que indicam condutas adequadas e de respeito ao parque. "As pessoas que freqüentam o Ibirapuera carecem de mais informação. Era uma questão muito desejada, reivindicada pelos usuários, pelo conselho gestor do parque e pela secretaria", afirmou.
Ao andar pelo Ibirapuera não é difícil encontrar sinalização deteriorada. Uma placa que antigamente dizia "é obrigação do usuário recolher e destinar as fezes de seus animais e mantê-los sempre com coleiras e guias" está apagada. Só de muito perto é possível decifrá-la.
"Realmente, falta sinalização em alguns pontos, como na pista de cooper", afirma o estudante de comunicação Rogério Queiroz do Nascimento, 22. Ele aprova a parceria com a iniciativa privada: "Só assim que funciona. E para o banco será ótimo em termos de merchandising, pois público aqui para ver as placas é o que não falta".
(Afra Balazina, Folha de São Paulo, 28/01/2008)