Uma missão da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) iniciou hoje uma nova revisão da usina nuclear japonesa danificada em julho passado por um forte terremoto que causou vários vazamentos radioativos. A central de Kashiwazaki-Kariwa, instalada na província de Niigata (centro do Japão) e com sete reatores, é a maior do mundo em capacidade produtiva e está instalada em uma zona com risco de terremotos.
Em agosto de 2006, uma delegação da AIEA visitou a usina e determinou que devia permanecer fechada por vários meses, mas concluiu que os danos eram "menores que o estimado", apesar de o terremoto de 16 de julho ter excedido "de forma significativa" o nível de atividade sísmica para o qual foi projetada. O tremor, de 6,8 graus na escala Richter, matou dez pessoas e feriu cerca de duas mil, além de provocar vazamentos tóxicos na usina, entre eles 1,2 metro cúbico de líquido radioativo que desaguaram no Mar do Japão.
Desta vez, a missão da AIEA, dirigida por Philippe Jamet, revisará a usina nuclear durante cinco dias e analisará os dados que serão entregues pela Agência de Segurança Nuclear do Japão e pela operadora da central, a empresa Tokyo Electric Power.
Não se sabe se será a última visita de inspetores do organismo nuclear com sede em Viena à usina, assim como quando ela poderá voltar a operar, já que foi fechada após o terremoto.
Nesta ocasião, os especialistas devem revisar as condições geológicas da central e inspecionar o interior dos reatores por uma câmera, o que não puderam fazer na visita realizada em maio.
O governo japonês relutou inicialmente em aceitar a visita da AIEA, mas acabou aprovando a missão dos inspetores atômicos, a primeira desde setembro de 1999. A companhia elétrica que opera a central reconheceu 63 erros de funcionamento na usina, mas nenhum dano de gravidade, e assegurou que o vazamento radioativo foi muito baixo e não representou uma ameaça para os moradores locais ou para o meio ambiente.
(Efe,
Folha, 28/01/2008)