As enchentes que desde o início do ano assolam o vale do Zambeze, centro do Moçambique, já deixaram 91.955 pessoas desabrigadas, de acordo com o último balanço feito pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades.
Nas últimas 24 horas, as águas lançadas pela barragem de Cahora Bassa diminuíram para 3.700 metros cúbicos por segundo, depois de terem atingido mais de 6.000 metros cúbicos no pico das cheias.
Segundo o diretor adjunto do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, João Ribeiro, 2.976 pessoas foram resgatadas das áreas cercadas por água no vale do Zambeze desde quinta-feira.
ChuvasRibeiro afirmou que as preocupações estão novamente centradas nas quatro bacias hidrográficas do centro de Moçambique, pois devem acontecer novas enchentes devido às fortes chuvas que têm caído nas últimas horas no Zimbábue, Zâmbia e Malawi.
"As previsões apontam para chuvas fortes nos países vizinhos até ao próximo dia 27, o que faz recear novas enchentes nas bacias do centro do país", disse o diretor-adjunto do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades.
Depois de ter registrado uma situação calma nesta época chuvosa, "o sul de Moçambique conhece agora um quadro crítico, apesar de não preocupante, devido a sinais de cheias no principal rio desta região, o Limpopo", afirmou João Ribeiro.
A evolução da situação no sul dependerá do comportamento das bacias hidrográficas na África do Sul, onde nascem os rios que deságuam no sul de Moçambique, disse.
AjudaPara enfrentar a crise humanitária originada pelas inundações, o governo pede apoios no valor de 24 milhões de euros (R$ 63,2 milhões), que serão usados em ações de busca, resgate, realojamento e assistência social às vítimas.
A verba é parte dos cerca de 30 milhões de euros (R$ 79 milhões) previstos para a situação de emergência, de que estão disponíveis apenas 5,5 milhões de euros (R$ 14,4 milhões), segundo indicou esta semana o ministro moçambicano da Administração Estatal, Lucas Chomera.
Do valor já pronto para ser utilizado, 2 milhões de euros (R$ 5,2 milhões) foram garantidos pelo governo moçambicano e pouco mais de 3 milhões de euros (R$ 7,9 milhões) pela comunidade internacional, afirmou Chomera.
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Lusa, 25/01/2008)