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PAC
2008-01-25
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) possui hoje 20 projetos de usinas hidrelétricas incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento. De um total de R$ 20,3 bilhões em investimentos, os recursos do PAC chegam a R$ 13,3 bilhões. As novas usinas irão agregar 7,6 mil megawatts ao sistema.

Incluindo os setores de infra-estrutura, indústria e construção civil, as perspectivas de investimentos no período 2008/2011 são de R$ 1,2 trilhão.

Isso representa uma aceleração média de 11,8% ao ano no ritmo de investimentos em relação ao período 2007/2010, quando o total mapeado pelo Banco era de R$ 1,049 bilhão. "É uma taxa de expansão muito expressiva", enfatizou o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

A maior alta foi registrada na infra-estrutura com 13,2% ao ano. Segundo Coutinho, os resultados garantem o crescimento do país, até mesmo num cenário de turbulência externa.

“A Formação Bruta de Capital Fixo vem crescendo há 20 trimestres consecutivos , sendo que em 15 deles a expansão do investimento tem sido maior do que a do Produto Interno Bruto”, destacou o executivo.

Os levantamentos da instituição mostram que o setor da indústria prevê investimentos de R$ 477 bilhões em 2008/2011, com taxa de expansão de 12,4% ao ano em relação a 2003/2006. Para a infra-estrutura o total de investimentos previstos é de R$ 231,7 bilhões. Já a construção residencial responde por R$ 535 bilhões , com taxa de crescimento de 10,7% ao ano.

Entre os investimentos identificados no setor industrial, o maior volume de recursos está concentrado no petróleo e gás, com R$ 202,8 bilhões em 2008/2011. No segmento de infra-estrutura, o destaque é energia elétrica, com investimentos previstos de R$ 101 bilhões e taxa de crescimento de 19,8% na comparação com o período 2003/2006.

Quanto ao setor da construção habitacional, a evolução prevista dos investimentos é estimulada pela melhoria das condições do crédito habitacional, com queda de juros e alongamento de prazos; aumento da renda dos trabalhadores; e flexibilização dos recursos do Fundo de Garantia dos Trabalhadores (FGTS).

“Esse bloco de investimentos é muito robusto, principalmente porque atende a demandas reprimidas", disse Coutinho, referindo-se a escassez de investimentos na economia em passado recente, sobretudo no setor de infra-estrutura.

Posição privilegiada
De setembro de 2006 a outubro de 2007, o Banco aprovou um total de R$ 8,4 bilhões para energia elétrica, alta de 79% em comparação ao período anterior.

No período de 2003/2006, o BNDES aprovou 129 projetos de energia elétrica, somando financiamentos R$ 16,5 bilhões, que viabilizaram investimentos de R$ 33,5 bilhões no país. Destes, 84 projetos eram referentes à geração de 11.598 megawatts (MW) de energia e receberam do banco financiamentos de R$ 10 bilhões. Em transmissão e distribuição de energia foram aprovados 45 projetos, com empréstimos de R$ 6,5 bilhões.

As liberações para o setor de infra-estrutura incluem ainda R$ 16,4 bilhões para transportes (alta de cerca de 450%) e R$ 3,8 bilhões para construção (alta de 89%).

Esse é o segmento que mais contribuiu para a diferença entre aprovações e liberações do BNDES. Nos 12 meses até outubro de 2007 foram aprovados R$ 37,9 bilhões em projetos de infra-estrutura e desembolsados R$ 25,8 bilhões, o que representa uma expansão de 60% na mesma base de comparação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a geração de energia por usinas hidrelétricas ainda é a solução mais barata para o Brasil e destacou a posição privilegiada do Brasil na produção de energia pelo potencial de sua bacia hidrográfica.

“O Brasil tem hoje aproximadamente 100 mil megawatts de energia funcionado. Se pegarmos todas as bacias hidrográficas brasileiras que compõem essa imensidão de rios, teremos aproximadamente 264 mil megawatts. Até 2010, 62 novas hidrelétricas serão construídas no país”, disse. E ressaltou que é preciso manter a atenção ao meio ambiente e à população desses locais que serão alagados. “Temos que desmontar o labirinto de dificuldades porque precisamos fazer as hidrelétricas”, defendeu.

O PAC prevê investimentos de R$ 18,7 bilhões em infra-estrutura energética na região Sul. Em todo o país serão aplicados R$ 274,8 bilhões no setor, com metas de geração de 12,3 mil MW de energia elétrica até 2010.

Mais projetos, menos juros
Conforme dados do BNDES, houve redução em 60% dos custos cobrados nos financiamentos para projetos do PAC, a fim de estimular os investimentos no setor. O spread básico para os projetos de usinas hidrelétricas e termelétricas caiu de 2,5%, em 2005, para 1% em 2007. Essa redução atingiu também os segmentos de produção e distribuição de gás, ferrovias, portos, aeroportos, rodovias, saneamento e transporte urbanos.

O Banco aprovou em 2007 financiamento de R$ 1,6 bilhão para a construção da hidrelétrica Foz do Chapecó, no Rio Uruguai, entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O projeto, da empresa Foz do Chapecó Energia, tem valor total de R$ 2,2 bilhões e prevê capacidade de gerar 855 megawatts.

O Banco aprovou também financiamento no valor de R$ 1,034 bilhão para a construção da Usina Hidrelétrica de Simplício, no Rio Paraíba do Sul, na divisa dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. O empréstimo corresponde a 62% do investimento total, de R$ 1,6 bilhão, e será concedido à estatal Furnas Centrais Elétricas, do grupo Eletrobrás. Quando entrar em operação em 2010, a usina de Simplício elevará em 28% a capacidade de oferta de energia hídrica naquele estado.

Os outros projetos enquadrados no BNDES são Estreito, São Salvador, Monjolinho, Salto Pilão e Serra do Facão. Segundo o chefe do Departamento de Energia Elétrica do banco, Nelson Siffert, todos os projetos de geração hídrica são de controle privado, cujas obras estão em andamento. “Pelos sinais dados pelos empreendedores, o aumento da oferta de energia deverá ocorrer a partir de 2009.

(Por Cleber Dioni, Jornal JA, 23/01/2008)

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