Em razão de doenças e poucas adoções, muitos animais acabam sendo sacrificados
Apesar das placas de alerta para que as pessoas não levem os cães à beira mar, muitos ainda desrespeitam as regras. Além dos cachorros levados por seus donos, há aqueles que ficam nas ruas e que são constantemente vistos na orla do litoral gaúcho. O problema preocupa pais, que temem pela saúde e segurança de seus filhos, pois os animais assustam e transmitem doenças. Em razão disso, a prefeitura de Imbé conta com o serviço da "carrocinha", que recolhe os cães e leva-os para um canil de Osório. É lá que os bichinhos aguardam por um dono mas, se isso não ocorre em 15 dias, são sacrificados.
A veranista Ortênsia Oliveira Dorneles, 45 anos, vem de Esteio todos os anos para o litoral norte e reclama da presença dos animais. Ela, que também tem um cão, deixa-o sempre em casa. "Minha filha de dois anos tem medo de animais. No ano passado alguns vira-latas chegaram a avançar em mim e meu marido quando estávamos na areia", conta.
Segundo a secretária municipal de Saúde, Magda Regina Dorr, nas terças e quintas-feiras é realizado o recolhimento dos cães de rua de Imbé. "São duas pessoas que fazem este serviço e tiram das praias em torno de seis animais por semana", diz. "Parece que todos os dias surgem mais cães para tirarmos das ruas", completa, salientando que o destino destes cachorros é um canil particular em Osório e cada remoção custa R$ 18,00.
O proprietário do canil, o veterinário Vilnei Pacheco, conta que cidades como Osório, Tramandaí e Capão da Canoa possuem canis próprios. Em razão da maioria chegar com doenças infecto-contagiosas, Pacheco diz que muitos precisam ser sacrificados quando chegam, para não contaminarem mais animais. "Os outros nós tratamos e colocamos para a doação. Os filhotes encontram donos com mais facilidade, já os adultos é mais difícil, até pelas pessoas não conhecerem a procedência deles. Como a demanda de cães no canil é grande, não temos espaço para todos, por isso fico com eles por 15 dias e, se não tiverem perspectiva de doação, temos que partir para a eutanásia", lamenta.
(Por Camila Borowsky, Jornal VS, 24/01/2008)