A cidade de São Paulo festeja hoje o 454o aniversário com muitos desafios frente ao crescimento caótico, porém nos últimos anos a metrópole deu pequenos sinais de que nem tudo está perdido.
Primeiro foi a lei Cidade Limpa, criada com o intuito de combater a poluição visual, depois a lei de energia solar, que obrigou novos empreendimentos da cidade a inserir o sistema de aquecimento de água por energia solar, e finalmente os projetos de geração elétrica a partir de biogás em dois aterros sanitários.
A usina de biogás do Bandeirante, situada na Zona Norte de São Paulo, rendeu à prefeitura 13,096 milhões de euros (em reais, cerca de 34 milhões) quando foram leiloados os créditos de carbono referentes ao projeto, em setembro do ano passado. Agora, será a vez do aterro de São João trazer benefícios ambientais e econômicos para a cidade.
A usina de biogás de São João, localizada na Zona Leste da cidade, será inaugurada hoje pela prefeitura.
Além de reduzir os impactos ambientais do lixo, através da queima do metano, o biogás gerado produzirá 170.000.000 KWh por ano. O aterro possui capacidade de coletar 6.000.000 Nm³, o suficiente para o consumo de gás de uma cidade com 500 mil habitantes, ou para produzir a energia elétrica para um centro urbano de cerca de 300 mil habitantes. Atualmente, o São João recebe 6,5 mil toneladas por dia de resíduos.
Com as duas usinas em funcionamento, 7% da energia elétrica consumida nas residências da cidade de São Paulo estará sendo suprida pelo gás proveniente do lixo urbano dos dois aterros sanitários que estão entre os cinco maiores projetos mundiais de controle de gases do efeito estufa emitidos por lixo urbano, aprovados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
(Por Paula Scheidt,
CarbonoBrasil, 24/01/2008)