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erosão
2008-01-25

Enquanto muitos se preocupam com as conseqüências do aquecimento global, alguns especialistas tentam chamar atenção para outra crise mundial que vem se formando bem embaixo dos nossos pés: a falta de terras agricultáveis. Em geral, o planeta é coberto por um pouco mais de três pés de solo fértil. A camada superficial rica em nutrientes de onde vem nosso alimento enfrenta uma situação crítica no suporte para a vida na Terra.

“Nós estamos perdendo mais e mais a cada dia”, afirma o geologista da Universidade de Washington, David Montgomery. “A estimativa é de que estejamos perdendo cerca de 1% do nosso solo fértil a cada ano devido a erosão, principalmente por causa da agricultura”. “Isso é loucura”, reclama John Aeschliman, da quinta geração de fazendeiros que planta trigo e outros grãos próximo à cidade de Pullman, nos Estados Unidos.

“Nós estamos despedaçando a terra e assistindo toneladas dela ir embora todos os anos”, diz Aeschliman. Ele faz parte de um crescente número de agricultores que tenta convencer os demais a adotar um sistema chamado “no-till”, pelo qual o plantio e a colheita são realizados sem arar a terra, usando-se apenas herbicidas para ervas daninhas, com o objetivo de reduzir a erosão e preservar os nutrientes no solo.

“Globalmente está claro que nós erodimos a terra a uma velocidade muito maior do que a que ela precisa para se formar”, enfatiza o cientista John Reganold. “É difícil fazer com que as pessoas prestem atenção nisso porque, francamente, muitos de nós damos pouca importância para o solo”. A Academia Nacional de Ciências americana determinou que campos de plantação nos Estados Unidos sofrem erosão pelo menos dez vezes mais rápido do que o tempo que levam para serem repostos.

Montgomery enfatiza que o solo fértil não pode ser produzido da noite para o dia. Ele renasce a um ritmo de uma polegada ou duas em centenas de anos. Muito lentamente. “Está muito evidente que teremos falta de terra no mundo”, afirma.

O cientista do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Ron Myhrum, concorda que a perda de solo é um grande problema global, mas diz que os índices de erosão na região noroeste melhoraram recentemente devido a melhores práticas de conservação na agricultura, inclusive com pagamentos federais para fazendeiros deixarem uma cobertura de terra natural em áreas altamente degradadas.

“Nós não temos mais tempestades de poeira como costumávamos ter”, explica Myhrum. “Para mim, mais alarmante do que a erosão é a conversão áreas agricultáveis para uso urbano”. Este é, de fato, outro meio de se perder solo – pavimenta-lo. O gerente do programa de preservação de terras agricultáveis da cidade de King, Judy Herring, diz que o município perdeu 60% da sua área destinada ao plantio desde a década de 1960.

Enquanto algumas áreas são perdidas para o desenvolvimento, a poluição ou as mudanças nos padrões de tempo, Montgomery, Reganold e outros estão certos de que a perda global de solo é uma crise enraizada principalmente na agricultura.

“Os índices de erosão melhoraram por aqui, mas isso não significa que estão bons”, avalia Reganold. O solo fértil é visivelmente arrancado muito mais rápido do que a sua capacidade de se regenerar”. Ele acredita que o sistema “no-till” pode realmente ajudar a reduzir a erosão, mas tem seus inconvenientes. A adoção desse método requer investimento pesado e aprendizado de novas técnicas, além de aumentar a dependência de herbicidas. Reganold diz que a agricultura orgânica também é uma opção.

(Por Tom Paulson, Seattle Post-Intelligencer, traduzido por Sabrina Domingos, CarbonoBrasil, 23/01/2008)


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