Os rizicultores [arrozeiros] continuam plantando e se beneficiando da terra indígena. Eles seguem no local e fazem ameaças às lideranças", denuncia coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR)Conflito entre arrozeiros e os índios da reserva Raposa Serra do Sol no estado de Roraima continua. Com medo de que as lideranças indígenas sejam mortas por pistoleiros contratados, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) encaminhou um pedido de proteção à vida dos índios para a Organização das Nações Unidas (ONU). A reserva da Raposa do Sol está situada no Nordeste do Estado, com quase dois milhões de hectares.
A disputa entre os índios e os arrozeiros se intensificou em abril de 2005, depois que o presidente Lula assinou um decreto homologatório da Raposa/Serra do Sol. O documento destina a posse e uso da área exclusivamente aos 15 mil índios que vivem no local.
Segundo o coordenador do CIR, Dionito José de Souza, os índios são constantemente intimados pelos arrozeiros e pela própria Polícia Federal. O coordenador relaciona o fato com a lentidão do governo federal em retirar os arrozeiros da região. "O governo demora. Quanto aos rizicultores [arrozeiros], eles continuam plantando e se beneficiando da terra indígena. Eles seguem no local e fazem ameaças às lideranças. Então é por isso que estamos pedindo segurança e proteção para as nossas vidas". De acordo com a portaria assinada em 2005, a retirada total da população não-índia do local deveria ocorrer no prazo máximo de um ano após a homologação.
(Por Juliano Domingues, Agência Brasil de Fato /
Amazonia.org, 23/01/2008)