Materiais alternativos são utilizados por artesãos em colares e brincos e em objetos de decoração do lar
Capão da Canoa - Praia combina com água de coco. A pediatra Cláudia Chitolina, 31 anos, sabe disso e não vai para a orla sem uma. O que não sabia é que, ao matar a sede com a bebida, contribui para a moda do verão no Litoral Norte. O colar com símbolos japoneses que, logo adiante, o estudante Felipe Delavi, 16, exibe nas areias de Capão da Canoa, foi feito a partir de material que iria para o lixo:
- Também já tive tornozeleira e anel de casca de coco. Gosto porque são produtos que não estragam no banho do mar e também porque a produção deles ajuda a limpar a praia - diz.
Uma vez por semana, o artesão Luiz Henrique Souza da Rosa, 34, e a mulher, Elisandra, 29, vão à praia só para catar cocos verdes largados na areia pelos banhistas. Ele faz colares, brincos e objetos de decoração a partir da casca, mas a polpa e a fibra também são reaproveitadas, como adubo na horta que tem em casa.
Outro artesão que aposta em materiais alternativos é Carlos Alexandre da Silva Vieira, 27, de Torres. A produção inclui desde latinhas de alumínio, utilizadas para produção de brincos, até fios de telefone e de luz, transformados em pulseiras. Além dos pingentes feitos com talheres, outro diferencial são as esculturas produzidas com sucata eletrônica descartada pelo camelódromo da praia. Há outros artesões que se dedicam a sementes, conchas, madeira e outros tipos de fibra. Tudo em nome da natureza.
(O Pioneiro, 24/01/2008)