Sistema de drenagem feito de tijolos de barro será parcialmente destruído para dar lugar à rede pluvial
Dois sistemas de drenagem, com estruturas totalmente diferentes, se encontraram nesta semana, na Rua Coronel Bordini, em Porto Alegre. Um deles é o Canal Tamandaré, feito de tijolos de barro, provavelmente nos anos 30, e o outro é o Conduto Álvaro Chaves-Goethe, uma estrutura moderna em fase de finalização.
Para o funcionamento do conduto, o Canal Tamandaré será parcialmente destruído. Ele dará lugar à nova rede pluvial, que deve ser concluída em fevereiro. As águas que correm pelo antigo canal, drenando a região, serão desviadas, porque ele está sobrecarregado, provocando alagamentos na região.
O conduto deve drenar as partes altas da bacia Almirante Tamandaré, diretamente ao Guaíba. Sua implantação vai resolver os problemas causados pela chuva em pontos como a Avenida Goethe, Rua Mata Bacelar e Rua 24 de Outubro. Beneficiará, de forma direta, os bairros Moinhos de Vento, Auxiliadora, MontSerrat, Rio Branco, Bela Vista e Higienópolis.
O conduto trará melhorias significativas à drenagem das regiões baixas, também, como os bairros São Geraldo, Floresta e Navegantes, que continuarão utilizando o Canal Tamandaré. Isso porque o conduto vai diminuir o seu fluxo e ele poderá funcionar em uma capacidade compatível com o escoamento gerado apenas por estas áreas.
Arqueóloga do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), que executa a obra, Angela Maria Cappelletti é responsável pelo monitoramento do conduto. Ela diz que, desde o começo das intervenções, já foram recolhidas mais de 9 mil peças arqueológicas, entre fragmentos e objetos inteiros. No local, Angela conseguiu recuperar, ontem, amostras e parafusos.
Não é possível, no entanto, precisar a data do Canal Tamandaré. De acordo com relatos da vizinhança, ele deve ter sido feito pela década de 30. Também não se sabe, ao certo, qual o traçado que ele tem pelas vias da Capital. Para sua pesquisa sobre o assunto, Angela pede a todos vizinhos que tenham alguma informação para entrar em contato com o setor de Educação Ambiental do DEP, pelos números (51) 3289-2215 e (51) 3289-2216.
(Por Thaís Sardá, Zero Hora, 24/01/2008)